sábado, 19 de setembro de 2020

O Batismo

 


BATISMO

BATISMO – A palavra “batizar” significa colocar em e implica imersão. A Bíblia fala de sete batismos diferentes em conexão com pessoas. (Na religião judaica havia também vários copos e vasos que eram cerimonialmente lavados sendo imersos em água, o que foi chamado de “batismos” – Mc 7:3-4; Hb 6:2, 9:10). Os sete batismos de pessoas são:

1) Batismo de Israel a Moisés (1 Co 10:1-2)

Essa foi a identificação formal de Israel com Moisés, seu líder, que os levou a uma esfera de privilégio com Deus, como os versículos 2-4 indicam. Foi um batismo de uma mistura de várias pessoas, muitas das quais mais tarde provaram ser incrédulas (Hb 3:19).

2) Batismo de Arrependimento de João Batista (Mt 3:5-6; At 19:3)

Este foi um batismo em água que desassociou o remanescente judeu crente e arrependido do corpo nacional de judeus que não viram necessidade disso (Lc 7:29-30). Isso tornou os arrependidos moralmente prontos para receber o Messias (Lc 1:17), que João disse que viria depois dele (Mt 3:11). Esse batismo tinha em vista a remissão de seus pecados (Lc 3:3).

3) Batismo de Cristo Nos Sofrimentos do Martírio e Morte (Mc 10:39)

Isto se refere aos sofrimentos do Senhor nas mãos dos homens que deram causa à Sua morte. É algo que o Senhor disse que os apóstolos (e muitos Cristãos) iriam também sofrer, sendo perseguidos até a morte (At 12:2, 22:4; Ap 2:10).

4) Batismo de Cristo nos Sofrimentos da Expiação e Morte (Mc 10:38; Lc 12:50)

Esse é o batismo de julgamento no qual o Senhor foi imerso quando Ele foi feito sacrifício pelo pecado (Hb 9:26, 10:12).

5) Batismo do Espírito Santo (Mt 3:11; 1 Co 12:13)

Refere-se à vinda do Espírito Santo no Pentecostes para habitar nos crentes (At 2), pelo qual eles foram ligados a Cristo, a Cabeça no céu como membros de Seu corpo (1 Co 12:12-13). (Veja: Batismo do Espírito Santo)

6) Batismo com Fogo (Mt 3:11; 2 Ts 1:8)

Esse é um batismo no julgamento punitivo (do qual “fogo” é uma figura) no qual o Senhor mergulhará a profissão cristã sem vida no tempo de Sua Aparição (2 Ts 1:8).

7) Batismo Cristão (Ef 4:5)

Essa é uma ordenança Cristã de iniciação, realizada “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:19). No batismo Cristão, uma pessoa se reveste de um novo nome – o nome de Cristo (Gl 3:27) e entra em uma nova posição na Terra – a esfera da profissão Cristã – onde o senhorio de Cristo é reconhecido (Ef 4:5). Assim, ela é colocada formalmente em terreno Cristão. O batismo não só identifica uma pessoa com a morte e o sepultamento de Cristo (Rm 6:3-4; Cl 2:12), mas também com a ressurreição de Cristo (1 Pe 3:21). Foi administrado aos crentes judeus (At 2:41), aos crentes samaritanos (At 8:12), aos crentes gentios (At 8:38, 10:48) e aos lares Cristãos (At 16:15, 33; 1 Co 1:16). Contrariamente à crença popular, o batismo Cristão não é um ato público ou testemunho ao mundo da fé de alguém em Cristo. Se fosse assim, Paulo não teria batizado o carcereiro no meio da noite, mas teria esperado um momento conveniente para fazê-lo publicamente (At 16:33).

ASSEMBLEIA

 ASSEMBLEIA (IGREJA)



ASSEMBLEIA (IGREJA) – A palavra traduzida como “assembleia” (igreja) é “ekklesia” em grego. Isso significa “chamados para fora”, e refere-se àqueles que foram chamados juntamente com um propósito. Ela é mencionada uma vez em conexão com os filhos de Israel – um grupo de pessoas chamado para fora do Egito para um relacionamento com o Senhor. Enquanto eles estavam no deserto em seu caminho para a terra de Canaã, Estevão a chamou de “a assembleia no deserto” (At 7:38 – JND). A palavra “assembleia” também foi usada uma vez em conecção com um grupo de gentios pagãos (incrédulos), que foi convocado para tomar uma decisão sobre o seu negócio (At 19:32, 41).


Todas as outras referências à “assembleia” na Escritura falam de um grupo especial de pessoas que creram no evangelho e assim receberam o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador – isto é: os Cristãos. Eles foram “chamados fora” da massa da humanidade para um lugar especial de favor e bênção diante de Deus, em relação com Cristo, que é “a Cabeça da assembleia” (Ef 5:23 – JND). O termo é usado de duas maneiras em conexão com os Cristãos:


Em primeiro lugar, para descrever os crentes no Senhor Jesus universalmente. Trata-se de todos os que creem n’Ele e são selados com o Espírito Santo, desde o dia de Pentecostes ao Arrebatamento (Mt 16.18; Ef 1:22, 5:25, 29, 32 etc.).


Em segundo lugar, para descrever os crentes no Senhor Jesus em sua localidade (em um povoado ou uma cidade), exercendo juntos suas funções como um grupo reunido para adoração e ministério (Mt 18:18; At 11:22, 13:1; Rm 16:1, 5; 1 Co 1:2; Cl 4:15-16; 1 Ts 1:1 etc.). 



É digno de se notar que a Escritura se refere ao aspecto local da assembleia com muito mais frequência (cerca de 90 vezes) do que o seu aspecto universal (cerca de 20 vezes). Distinguir esses dois aspectos requer simplesmente examinar o contexto da passagem, onde o termo é encontrado.


Um equívoco comum, em conexão com o aspecto local da assembleia, é vê-la meramente como a soma de todos os crentes em uma determinada cidade ou povoado, mas isso não está correto, pois estaria fazendo a assembleia local ser apenas uma versão resumida do que ela é em seu aspecto universal. Essa definição errônea tem levado à ideia de que hoje não há nada na Terra, em qualquer cidade ou povoado, que possa ser considerada como a assembleia local, porque a Igreja, no seu testemunho, está num estado irremediavelmente dividido. No entanto, a Escritura indica que ainda pode haver uma assembleia local em uma cidade ou povoado, mesmo que nem todos os crentes dessa cidade ou povoado estejam presentes em tal assembleia. A primeira referência na Palavra de Deus a uma assembleia local mostra claramente que são aqueles que têm sido biblicamente reunidos para o nome do Senhor pelo Espírito Santo em uma determinada cidade (Mt 18:15-20). O Senhor disse, buscando explicar os problemas que poderiam ameaçar a unidade dos santos, que se pode chegar a um ponto onde eles precisariam falar à assembleia – “dize-o à assembleia (igreja)” e, portanto, levar ao seu conhecimento a dificuldade apresentada. Depois de falar da autoridade da qual a assembleia foi revestida para agir administrativamente na questão, se fosse necessário (Mt 18:18-19), continua a definir o que é uma assembleia local, dizendo: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18:20). Então, de uma forma clara, a assembleia local são os santos reunidos ao Seu nome. Mesmo se fossem apenas dois ou três reunidos dessa forma, seria ainda “a assembleia” em uma determinada cidade ou povoado.


Quando olhamos na Bíblia para outras referências à assembleia local, vemos que ela se reúne e atua de forma prática, independentemente da presença de todos os Cristãos daquela localidade. Ela se reúne para partir o pão (1 Co 11:18-26) e para ser ensinada pela Palavra de Deus (1 Co 14:3-5). A Escritura também indica que a assembleia é algo que um Cristão pode não estar sempre dentro (1 Co 14:18-19), e algo do qual uma pessoa pode realmente ser expulsa! (3 Jo 10) Na verdade, até mesmo incrédulos poderiam ser achados nela se considerarmos esse aspecto da assembleia! (1 Co 14:23-24). Essas coisas mostram que o aspecto local da assembleia é diferente do seu aspecto universal. Assim, enquanto a assembleia local, em princípio, abrange todos os verdadeiros crentes em uma cidade ou povoado, ela pode não conter todos os crentes naquela localidade de forma prática.


J. N. Darby disse: “É claro que os Cristãos de um determinado lugar, tendo sido reunidos, eram verdadeiramente a assembleia daquele lugar. Mas não era apenas a assembleia que reconhecia a Deus, mas aquela a qual Deus mesmo a reconhecia; aquela que desfrutava com exclusividade dos privilégios que apenas Ele poderia conceder a ela, por ser Sua assembleia” (Collected Writings, vol. 1, pág. 260). W. Kelly disse: “Onde há apenas três reunidos sob os princípios de Deus (isto é, no terreno da Igreja), é, se assim posso dizer, igreja, se não a igreja. Se houvesse três mil verdadeiros santos reunidos, mas não sob princípios de Deus, eles não seriam a igreja” (Lectures on Matthew, pág. 327). Assim, embora a maioria dos Cristãos de uma determinada cidade ou povoado não está reunida ao nome do Senhor, aqueles que estão no verdadeiro terreno da assembleia naquela cidade ou povoado são reconhecidos por Deus como tal pela presença de Cristo no meio deles, de acordo com Mateus 18:20.


Tendo estabelecido este ponto, nos adiantamos em dizer que está certamente fora de todo o caráter do Cristianismo, que aqueles reunidos ao nome do Senhor se denominem, formalmente, “a assembleia” deste ou daquele lugar. Quão inapropriado seria, em um dia de ruína para aqueles assim reunidos, proclamar que são a assembleia em uma determinada cidade ou povoado, mesmo que eles possam crer verdadeiramente que estejam moralmente nesse terreno. J. N. Darby disse: “É claro que, se dois ou três estiverem reunidos, são uma assembleia, e, se estiverem biblicamente reunidos, uma assembleia de Deus; e se não, o que mais seriam? Se for a única em determinado lugar, é a assembleia de Deus naquele lugar, mas eu faço uma objeção a se tomar o título para si de forma prática, porque a assembleia de Deus, em qualquer lugar, abrange propriamente todos os santos desse tal lugar, e há um perigo prático para as almas em assumirem esse título e perderem de vista a ruína, e se estabelecerem como sendo algo... porém se houver uma assembleia assim estabelecida, e outra for criada pela vontade do homem em independência daquela, apenas a primeira será moralmente, aos olhos de Deus, a assembleia de Deus, e a outra absolutamente não o será, porque ela foi estabelecida em independência da unidade do corpo” (Letters of J. N. Darby, vol. 1, pág. 424).


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Quanto à linha de tempo da chamada e formação da assembleia em seu aspecto universal, a Escritura indica que ela começou com a descida do Espírito Santo do céu, no dia de Pentecostes (At 2:1-4). Era um novo “começo” nos caminhos de Deus (At 11:15). Não foi um avivamento nas relações de Deus com Israel, como foi o caso nos dias de Ezequias e de Josias, mas uma coisa totalmente nova nos caminhos de Deus. Essa coisa nova – a Igreja ou Assembleia – foi formada pelo batismo do Espírito Santo (Mt 3:11; Mc 1:8; Lc 3:16; Jo 1:33; At 1:5, 11:16; 1 Co 12:13). A Escritura indica claramente que a Igreja não existia antes desse momento inicial, quando o Espírito de Deus veio habitar nos crentes reunidos naquele cenáculo. Portanto ela não poderia ter existido nos tempos do Velho Testamento, nem poderia ter existido nos dias do ministério terreno do Senhor. Os quatro pontos seguintes provam isso:


O MINISTÉRIO DE CRISTO – Nos dias do ministério terreno do Senhor, Ele ensinou aos Seus discípulos que iria edificar a Igreja em algum momento futuro. Ele disse: “Sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja” (Mt 16:18). Claramente, ela não existia naquele tempo.


A MORTE DE CRISTO – Efésios 2:14-16 afirma que uma das coisas que caracterizam a Igreja é que “o muro de separação” entre crentes judeus e gentios foi derrubado e que a “inimizade” que existia entre eles foi desfeita. Isso, diz Paulo, foi feito na morte de Cristo “na cruz”, significando que a Igreja não poderia ter existido antes de Cristo morrer.


A RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO DE CRISTO – Efésios 1:20-23 e Colossenses 1:18 indicam que, antes que a Igreja pudesse ser trazida à existência, Cristo, que estava destinado a ser a sua cabeça, deveria ressuscitar dos mortos e subir ao céu (Jo 7:39).


O ENVIO DO ESPÍRITO SANTO POR CRISTO – 1 Coríntios 12:13 afirma que a Igreja foi formada pela vinda do Espírito Santo para habitar neste novo grupo de crentes. Isso não aconteceu até o Pentecostes. 


A Igreja pode ser vista na Escritura em pelo menos doze figuras diferentes, que descrevem seus vários aspectos. Elas são:


UM CORPO – a unidade que existe entre os membros (Rm 12:4-5; Ef 4:1-16).


UMA CASA – o testemunho público do caráter de Deus (1 Tm 3:14-16; 1 Pe 2:5-9).


UM TEMPLO – o lugar da santa morada do Senhor (Sl 93:5; 1 Co 3:16-17; Ef 2:21).


UM REBANHO – o divino Centro de reunião (Cristo) (Jo 10:16; At 20:28; 1 Pe 5:2).


UMA NOIVA – o amor e afeição de Cristo por ela (Ef 5:26-31; Ap 19:7-9, 21:2, 9).


UMA ESPOSA – herdeiros da herança (Rm 8:17; Ap 19:7-9, 21:9).


UM TESOURO – a preciosidade de cada indivíduo para Cristo (Mt 13:44).


UMA PÉROLA – seu valor e beleza coletiva para Cristo (Mt 13:45-46).


UMA LAVOURA – seu serviço (1 Co 3:5-9).


UMA POUSADA- seu amor e cuidado por outros (Lc 10:30-37).


UM CASTIÇAL – testemunho e privilégios da assembleia local (Ap 1:12, 20, 3:22).


UMA CIDADE – sua administração no mundo por vir (Ap 21:9-22:5).

A CERTEZA DA SALVAÇÃO

 A CERTEZA DA SALVAÇÃO 



CERTEZA – Este termo é usado principalmente de duas formas no Novo Testamento:


Primeiramente mostra a firme convicção do crente a respeito da eterna salvação de sua alma em Cristo (1 Ts 1:5; Hb 6:11, 10:22; 1 Jo 3:19).


Em segundo lugar, tem a ver com sua convicção sobre a exatidão da verdade que a Palavra de Deus ensina (Cl 2:2; 2 Tm 3:14).



Com relação àquilo que pertence à salvação da alma, infelizmente há muitos que, depois de haverem crido, têm dúvidas se eles estão verdadeiramente salvos. Alguns vivem sob o temor de serem julgados por seus pecados se não guardarem a fidelidade no caminho Cristão. Isso não é absolutamente o que Deus quer para Seus filhos. Ele quer que tenhamos “inteira certeza de fé” com relação a este importante assunto (Hb 10:22), porque se não tivermos isso, seremos prejudicados em nosso crescimento espiritual.


A certeza da salvação do Cristão é baseada em conhecimento e fé. Conhecimento pode ser resumido em três coisas:


Conhecer o que aconteceu na cruz


Conhecer o que aconteceu no sepulcro


Conhecer onde Cristo está agora à destra de Deus 



Deus quer que creiamos no testemunho de Sua Palavra com relação a esses três fatos. O crente que entende e aceita em fé simples esses grandes fatos terá uma sólida certeza de sua salvação e paz em sua alma. Sob condições normais ele nunca mais terá dúvida novamente.



1) CONHECER E CRER NO QUE ACONTECEU NA CRUZ – A Escritura fala que quando o Senhor Jesus Cristo estava na cruz, Deus “fez cair sobre Ele” os pecados de todos aqueles que iriam crer (Is 53:6). Durante as três horas de trevas, Cristo “levou” o juízo por todos esses pecados (Hb 9:28; 1 Pe 2:24). Assim, o preço pelos pecados do crente foi inteiramente pago por meio da obra “consumada” de Cristo. Os clamores da justiça divina foram satisfeitos (Sl 85:10; Is 53:10) e Deus foi “glorificado” de forma completa (Jo 12:27-28, 13:31-32). A obra consumada de Cristo satisfez tão completamente a justiça divina, que se Deus buscasse o crente para julgar seus pecados, iria mostrar-Se injusto, porque o preço foi totalmente pago. Isso seria exigir um segundo pagamento pelos pecados deles, o que Deus nunca irá fazer.



2) CONHECER E CRER NO QUE ACONTECEU NO SEPULCRO – Para colocar a questão longe de qualquer dúvida, Deus ressuscitou o Senhor Jesus Cristo de entre os mortos (Rm 4:24-25) e isso é muito significativo. A ressurreição de Cristo é a afirmação pública de Deus de que Ele aceitou a obra de Cristo na cruz como o pagamento total dos pecados dos crentes. Ela é o Seu “selo de aprovação” e o Seu “amém” para o que Cristo consumou em Sua morte (1 Pe 1:21). É importante entender que a certeza não está baseada na nossa aceitação da obra consumada de Cristo, mas em saber que Deus a aceitou! O sacrifício do Senhor Jesus Cristo foi uma oferta que não foi feita para nós, mas para Deus (Hb 9:14), e a prova de que Deus a aceitou é a Sua ressurreição de entre os mortos.


O sr. G. Cutting tinha uma ilustração que enfatizava esse ponto. Ele dizia que numa dívida normal, o seu credor é o único que tem o direito de escrever “PAGO” na conta. Não teria nenhum valor se o devedor escrevesse, porque ele não tem nenhum poder de declarar a conta paga. Se o devedor o fizesse, isso não daria qualquer satisfação ao credor e nem iria dar tranquilidade ao devedor. A certeza do devedor só pode vir pelo conhecimento de que o credor está satisfeito. Da mesma forma, com relação ao débito de nossos pecados, a única forma na qual temos certeza de que tudo foi pago é ver que tudo foi acertado com Deus. Precisamos ver que Deus está completamente satisfeito com o pagamento que Cristo fez por nós, e que o fato de Deus ressuscitar a Cristo de entre os mortos prova a Sua completa satisfação. Assim, a forma de obtermos a mais profunda certeza para nossa alma é ver que a questão foi totalmente resolvida diante de Deus. Se o pagamento por nossos pecados é suficiente para Deus, então deve ser também para nós e isso deve resolver qualquer questão que possamos ter.



3) CONHECER ONDE CRISTO ESTÁ AGORA À DESTRA DE DEUS – Não apenas a obra expiatória de Cristo foi aceita por Deus, mas Cristo mesmo foi aceito diante de Deus. Isso é testemunhado pela Sua ascensão (1 Tm 3:16). Deus O assentou – à Sua própria direita (Ef 1:20; Fp 2:9-11; Cl 3:1). Ele está lá agora como o Homem glorificado, com todo o favor de Deus repousando sobre Ele. O fato de Deus recebê-Lo no céu é a mais clara prova de que nossos pecados se foram para sempre. Quando o Senhor estava na cruz, Ele recebeu os nossos pecados sobre Si e Ele não poderia os ter levado Consigo para o céu, porque a santidade de Deus é tal que Ele não pode ter pecado em Sua presença (Hc 1:13). Assim, a ascensão de Cristo é algo triunfante. Ela prova que todos os nossos pecados se foram!


Portanto, a completa certeza da nossa salvação pertence à pessoa que crê naquilo que a Palavra de Deus diz sobre estas três coisas, porque Deus não pode voltar atrás em Sua Palavra (Nm 23:19; Hb 6:17-18). Ele teria mais a perder do que nós! Iriamos perder a nossa salvação, mas Ele iria perder Sua credibilidade como sendo um Deus justo e santo – e, necessariamente, cessaria de ser Deus! Então podemos estar certos que Ele não vai voltar atrás na Sua Palavra.


Certeza sólida, portanto, não é obtida por procurarmos dentro de nós mesmos sua confirmação, mas por crermos no que Deus estabeleceu em Sua Palavra concernente à nossa salvação em Cristo. Imagine que uma pessoa está condenada por um crime e está diante de uma sentença de prisão e então alguém lhe diz que ela está perdoada por causa de certas circunstâncias que envolveram o incidente e pela boa graça da corte judicial. Como ela teria certeza que foi realmente perdoada? Seria lendo o que passava em seu próprio coração? Ou talvez por ouvir alguns rumores? Ou seria por ler o certificado de perdão assinado pelo principal juiz da corte? Obviamente seria por ler o documento oficial que declarasse o seu perdão. Da mesma forma acontece se quisermos ter certeza de que fomos salvos. Nossos sentimentos e anseios, o que as pessoas possam falar não vai nos dar as evidências que precisamos para ter paz – pois esses recursos não têm autoridade para declarar nada sobre o assunto. Devemos ir à Palavra de Deus e ver o que Deus, “o Juiz de todos”, diz a respeito (Hb 12:23). Podemos colocar a nossa inteira confiança em Sua Palavra pois Ele não pode mentir, e isso é tudo o que precisamos para uma sólida certeza da nossa salvação. Sua Palavra diz: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação [julgamento – JND], mas, passou da morte para a vida” (Jo 5:24).



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Com vistas a dar ao crente uma paz estabelecida com relação a seus pecados, Deus falou largamente em Sua Palavra para mostrar que os pecados do crente se foram – e se foram para sempre. Ele usa várias figuras e expressões para descrever as bênçãos desse grande fato, a fim de que não exista nenhuma pergunta ou dúvida legítima na mente do crente que aceita o testemunho da Palavra de Deus. Algumas das coisas que Deus fez com nossos pecados são:


Ele fez a purificação dos nossos pecados (Hb 1:3).


Ele afasta de nós os nossos pecados para tão longe quanto o Oriente está do Ocidente (Sl 103:12).


Ele apagou os nossos pecados (Is 44:22 – TB; Sl 51:1).


Ele lançou nossos pecados para trás de Suas costas (Is 38:17).


Ele lança nossos pecados nas profundezas do mar (Mq 7:19).


Ele tirou nossos pecados (1 Jo 3:5).


Ele nos lavou de nossos pecados (Ap 1:5).


Ele nos purifica de nossos pecados (1 Jo 1:7).


Ele perdoa nossos pecados (Rm 4:7; Ef 1:7).


Ele não Se lembra mais de nossos pecados (Hb 10:17).

O batismo do Espírito Santo

 O QUE É BATISMO DO [NO] ESPÍRITO SANTO?

BATISMO DO ESPÍRITO SANTO – O batismo do Espírito Santo é mencionado sete vezes na Escritura (Mt 3:11; Mc 1:8; Lc 3:16; Jo 1:33; At 1:5, 11:16; 1 Co 12:13). Refere-se à obra do Espírito de formar o corpo de Cristo e foi realizado pelo Senhor quando Ele enviou o Espírito do céu no dia de Pentecostes e conectou os crentes, que estavam no cenáculo em Jerusalém, em um só corpo pela habitação do Espírito Santo (At 2:1-4, 33). Isso foi estendido mais tarde para incluir os crentes gentios (At 11:1-18). Uma vez feito isso, a obra de batismo do Espírito estava para sempre finalizada e nunca mais seria repetida. 1 Coríntios 12:12-13 confirma isso, se referindo a esse evento no tempo verbal aoristo (no grego), o que significa que era um ato feito uma vez para sempre. Portanto, o Espírito de Deus não está batizando hoje. Se Ele estivesse, então haveria muitos corpos de Cristo na Terra, porque o único propósito do batismo do Espírito era formar o corpo de Cristo, o que a Escritura afirma enfaticamente: “Há um só corpo” (Ef 4:4).


Um exame mais atento às sete referências na Bíblia ao batismo do Espírito mostrará que é um ato histórico, e não algo que o Espírito está fazendo hoje. Cinco dessas referências apontam para essa ação do Espírito no tempo futuro, já que elas foram proferidas antes do Pentecostes (Mt 3:11; Mc 1:8; Lc 3:16; Jo 1:33 e At 1:5). A sexta e a sétima referências ao batismo do Espírito foram proferidas após o Pentecostes (At 11:16; 1 Co 12:13) e apontam para o tempo passado, para algo que o Espírito já tinha feito. Uma vez que não há na Escritura nenhuma outra coisa sobre o Espírito Santo que tenha ocorrido entre esses dois grupos de referências, elas teriam que estar se referindo à vinda do Espírito no dia de Pentecostes para formar o corpo de Cristo.


Existem dois principais equívocos a respeito do batismo do Espírito Santo. O primeiro é o que poderíamos chamar de visão “Pentecostal” ou “Carismática”. Os Cristãos que têm essa ideia veem o batismo do Espírito como sendo uma experiência pessoal que um crente tem algum tempo depois de ser salvo, pelo qual ele é enchido do Espírito, e, portanto, capacitado para falar em línguas etc. No entanto, na Escritura, o batismo do Espírito Santo nunca é mencionado como acontecendo a alguém individualmente. Era uma ação totalmente coletiva de unir aquela multidão, de uns 120 crentes, no cenáculo superior em Jerusalém, formando uma unidade, pelo fato da Sua habitação neles.


O segundo equívoco é a principal visão evangélica “não carismática”. Os Cristãos que defendem essa ideia pensam que o batismo do Espírito Santo ocorre quando uma pessoa crê no Senhor Jesus Cristo e assim recebe o Espírito e, então, passa a fazer parte do corpo de Cristo, no entanto, isso também não é correto. Observe cuidadosamente que 1 Coríntios 12:13 não diz: “todos nós fomos batizados em o (no) um corpo”. Adicionar o artigo “o” muda o significado consideravelmente, pois supõe que o corpo existia antes da ocorrência do batismo, mencionada no versículo. Isso apoiaria essa ideia equivocada. Contudo, o versículo não diz isso. Ele diz “batizados em um corpo”, significando que foi o batismo que formou o “um corpo”, assim, o batismo do Espírito é um acontecimento histórico (Ef 1:13).


Poderíamos nos perguntar como é que Paulo poderia falar de si mesmo e dos coríntios como sendo batizados pelo Espírito, quando eles nem sequer ainda haviam sido salvos quando o Espírito desceu e formou a Corpo de Cristo no Pentecostes. A resposta é que Paulo estava falando representativamente. Ele disse: “Nós” – referindo-se a todos os Cristãos – “fomos batizados em um corpo”, referindo-se à ação do Espírito no Pentecostes. É algo como a fundação de uma empresa. Ela é fundada uma vez, e cada vez que a empresa contrata um novo empregado não precisa ser fundada novamente. O novo empregado é simplesmente acrescentado à empresa já fundada. Da mesma forma, quando alguém é salvo hoje, ele é acrescentado, pela presença interior do Espírito, a um corpo já batizado. Como mencionado, isso é chamado o selo do Espírito (Ef 1:13; 2 Co 1:21-22).


Levando nossa ilustração um pouco mais adiante, suponha que estamos numa reunião da diretoria da empresa e ouvimos um dos diretores dizer: “Fomos fundados há 100 anos”. Não teríamos dificuldade em entender o que ele quis dizer. Mas alguém que não entende isso muito bem poderia perguntar: “O que ele quer dizer? Nenhuma dessas pessoas na reunião tem mais de 60 anos de idade. Como ele pode dizer: ‘Nós... há 100 anos...?’” Bem, o diretor estava falando representativamente da empresa. Da mesma forma, sendo parte do grupo de Cristãos que foi batizado no Pentecostes, Paulo e os Coríntios foram incluídos nesse batismo, assim como também fomos.


W. Scott disse: “O batismo de todos os crentes em um corpo é um ato institucional e nunca repetido. Como resultado desse batismo espiritual, um corpo é formado, e os crentes se acham nesse corpo batizado pelo Espírito, quando são selados por Deus” (Some New Testament Teachings, pág. 174).


Outro expositor da revista Scripture Truth disse: “Examinemos agora algumas das ações atribuídas ao Espírito Santo. Primeiro, aprendemos que Ele batiza. A Escritura mostra claramente que esse batismo é um fato histórico realizado, que ocorreu uma vez por todas no Pentecostes” (Scripture Truth, vol. 21, pág. 102).


J. N. Darby disse: “Quanto a uma pessoa ser batizada com o Espírito Santo, após o Pentecostes, devo dizer que ela foi introduzida em um corpo já batizado” (Letters, vol. 3, pág. 446).


F. G. Patterson disse: “O Espírito Santo os batizou em ‘um corpo’. Deixe-me dizer que não é dito na Escritura, que um indivíduo foi batizado com o Espírito Santo, nem mesmo o próprio Senhor” (The Church of God, the Body of Christ, pág. 27).


W. T. P. Wolston disse: “Se o batismo do Espírito Santo ocorreu no Pentecostes, a Escritura diz que ele sempre será repetido? Eu creio nitidamente que não. O Espírito Santo veio, Ele está aqui. O Espírito Santo foi recebido e, portanto, não há nenhum batismo novo a ser buscado” (Another Comforter, pág. 226). Ele também disse: “O batismo do Espírito Santo ocorreu uma vez, e apenas uma vez, por tudo que li a seu respeito na Escritura”.


Portanto, o batismo do Espírito não é algo que está acontecendo hoje como uma experiência pós-salvação, nem é o que introduz crentes ao corpo de Cristo. Foi uma ação histórica do Espírito que há muito se consumou e nunca mais será repetida.

O que blasfêmia contra o Espírito Santo?


BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO



 – Blasfêmia significa falar de forma difamatória ou depreciativa das Pessoas da Divindade. Isso é o que a “geração” infiel dos judeus (Mt 12:39,42) fez quando viu o Senhor. “Blasfêmia contra o Espírito Santo” é o pecado nacional dos judeus que viveram na época em que o Senhor veio (Mt 12:24-32). Em Marcos 3:29-30 vemos especificamente o que é esse pecado. Diz: “Porque diziam: Tem espírito imundo”. Assim, eles atribuíram o poder que operava no ministério do Senhor Jesus a Satanás (Mt 12:24; Mc 3:22; Lc 11:15). Eles disseram que o Senhor Jesus, em Seu ministério, estava associado com e capacitado pelo submundo de Satanás, o que é um absurdo!


Essa blasfêmia contra o Espírito Santo trouxe um julgamento imperdoável de “condenação eterna” sobre a porção incrédula da nação (Sl 69:22-28).


É triste dizer que hoje há pessoas que pensam que cometeram esse pecado e, ao fazê-lo, se condenaram e agora acham que não há esperança de que sejam salvas. Elas o chamam “o pecado imperdoável”, no entanto, essa é uma mentira do diabo. A Bíblia não ensina que a blasfêmia contra o Espírito Santo é algo cometido por um indivíduo, mas sim o pecado de Israel como nação. Considerando o que a Escritura diz que é a “blasfêmia contra o Espírito Santo” (Mc 3:30), aqueles que pensam ter cometido o chamado “pecado imperdoável”, perguntem-se a si mesmos: “O Senhor Jesus Cristo é verdadeiramente o Filho de Deus que veio do céu para salvar os pecadores?” Se a sua resposta for “Sim”, então essa é uma prova clara de que eles não cometeram o pecado imperdoável de blasfêmia contra o Espírito Santo! Que Cristão diria que o Senhor Jesus tinha “um espírito imundo”? Nenhum deles, por mais infiel que seja, jamais abrigou o pensamento de que o Senhor Jesus veio do submundo para fazer a obra de Satanás. Isso é algo que apenas uma pessoa apóstata diria. (Veja: Apostasia). Por mais distante que esteja do Senhor, um Cristão que tenha caído pode buscar em sua alma, e verá que ainda há, em algum lugar nos profundos recessos de seu coração, a convicção sincera de que o Senhor Jesus Cristo veio do céu como o Salvador dos pecadores.


Mesmo que hoje alguém tenha dito coisas depreciativas sobre a Pessoa do Senhor Jesus Cristo, ele ainda pode ser salvo, pois a Escritura diz: “o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 Jo 1:7). C. H. Mackintosh disse: “Não cremos que algum pecador, neste ano aceitável, neste dia de salvação (Lc 4:17-19), esteja além do alcance do amor perdoador de Deus e do sangue expiatório de Jesus”. Paulo, o apóstolo, era um “blasfemo” e Deus o salvou! (1 Tm 1:13).

O Corpo de Cristo

 


*O CORPO DE CRISTO*

CORPO DE CRISTO, O – A figura de um corpo humano é usada na Escritura para descrever a Igreja de Deus (a assembleia) na Terra em relação a Cristo no céu (Rm 12:4-5; 1 Co 12:12). Os crentes no Senhor Jesus Cristo são vistos como os membros do corpo – cada um tendo uma “função” diferente (Rm 12:4) – com Cristo sendo a Cabeça. Essa união da Cabeça e do corpo é mantida pela presença interior do Espírito Santo. Os que ensinam sobre a Bíblia às vezes se referem a ele como o corpo “místico” de Cristo, o que significa que essa união é algo que a visão física não distingue. O apóstolo Paulo é o único escritor do Novo Testamento a usar essa figura, e ela só é encontrada em quatro de suas epístolas – Romanos, 1 Coríntios, Efésios e Colossenses.

É a única associação de membros sobre a qual a Escritura se refere com relação aos crentes no Senhor Jesus Cristo. C. H. Mackintosh disse: “Não há nada na Escritura como ser membro de uma igreja” (The Assembly of God, pág. 10). J. N. Darby disse: “Relação de membros de uma assembleia é desconhecida na Escritura, e ali (na assembleia) estão os membros do corpo de Cristo” (Collected Writings, vol.31, pág. 383). No entanto, os Cristãos muitas vezes falam de “seu corpo” e “nosso corpo” em referência às várias comunhões feitas pelo homem na Cristandade, subentendendo que Cristo tem muitos corpos na Terra, o que é uma negação prática de Efésios 4:4, que diz: “Há um só corpo”.

O “um só corpo” refere-se a todos os Cristãos na Terra, onde quer que estejam, a qualquer momento. Seu aspecto atual não inclui Cristãos que morreram e partiram para estar com o Senhor. Isto pode ser visto no fato de ser dito que os membros do Corpo de Cristo sofrem com aqueles membros que estão sofrendo (1 Co 12:26), e certamente não há sofrimento no céu. No entanto, todos os Cristãos serão parte do corpo em seu estado completo, quando Cristo vier para reinar em Seu reino milenar (Ef 1:23). Assim, os que já partiram não perdem nada no final, mesmo que eles atualmente não sejam vistos como estando no corpo no momento.

W. J. Hocking disse: “Dificilmente se pensaria que há fundamento na Escritura que a Igreja de Deus, isto é, a Igreja de Deus composta de todos os crentes em Cristo desde Pentecostes até o dia de Sua vinda, seja descrita como o corpo. O corpo é algo vivo em qualquer momento aqui na Terra, embora associado com Cristo no céu. Aqueles santos que dormiram e estão agora com Cristo, ainda fazem parte da assembleia que Cristo está construindo, mas o corpo de Cristo é o organismo vivo na Terra”. (Christ and His Church, pág. 42).

         J. N. Darby disse: “Isto é evidente: pelo fato de o Espírito Santo estar aqui embaixo, os santos que já partiram não participam do corpo no presente, mas certamente eles definitivamente, fizeram parte do corpo – do corpo agora na mente e propósito de Deus, embora não de fato, por terem saído da cena em que o corpo foi formado pelo Espírito Santo que desceu do céu” (Letters, vol.1, pág. 511). Ele também disse: “Não nos é dito nada a respeito dos espíritos que partiram, senão que eles estão com Cristo. Eles não perderam nenhum privilégio a não ser aqueles que dizem respeito às coisas aqui na Terra. Certamente eles não estão separados de Cristo para se reunir com Ele depois, pois, tal separação não poderia ocorrer, digo isto por uma questão de fé e de princípios básicos; mas os irmãos que partiram não fazem mais, pessoalmente, parte do corpo (de Cristo), na sua condição presente, por estar o corpo de fato aqui embaixo... É verdade que todos os santos entre esses dois grandes eventos pertencem ao corpo de Cristo na mente e no conselho de Deus. Mas aqueles que morreram perderam sua atual conexão com o corpo, tendo passado da esfera onde o Espírito Santo está pessoalmente. Eles deixaram de estar em sua unidade – o corpo deles, não estando ainda ressuscitado, não participa mais do corpo como é reconhecido por Deus” (Letters, vol.1, pág. 527).

SALVAÇÃO QUEDA APOSTASIA

 SALVAÇÃO QUEDA APOSTASIA .


● SEGURANÇA ETERNA DO CRENTE


 Expressão exata “segurança eterna” não é encontrada na Bíblia, mas a verdade que ela transmite certamente está ali. Refere-se ao fato de que uma pessoa verdadeiramente salva, por meio da fé em Cristo, não pode perder sua salvação e sua aceitação em Cristo diante de Deus. Os seguintes versículos ensinam isso:


Lc 15:3-6; Jo 6:37-40, 10:28-29, 14:16; Rm 6:23 com 11:29; Rm 8:30-39; 1 Co 1:7-8, 3:13-17, 5:5; Ef 1:13 com 4:30; Fp 1:6; 1 Tm 4:10; Hb 10:14, 13:5; 1 Pe 1:5; 1 Jo 2:1.


Se um crente perdesse sua salvação e acabasse no inferno, Deus daria prova de ser mentiroso, porque a Sua Palavra diz que as ovelhas de Cristo “nunca hão de perecer” (Jo 10:28-29); Cristo teria que acabar no inferno com o crente, porque Ele prometeu: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb 13:5); e o Espírito Santo também teria que ir para o inferno, porque a Escritura diz que Ele habitará e estará com os crentes “para sempre” (Jo 14:16). Tudo isso, é claro, é absurdo e totalmente impossível.


Há algumas passagens da Escritura que parecem ensinar que um crente poderia perder sua salvação, mas um olhar mais atento a essas passagens mostra que elas não estão falando de crentes verdadeiros no Senhor Jesus Cristo, mas sim de crentes meramente professantes que apostatam da fé Cristã. Algumas dessas passagens são: Mt 7:21-23, 12:43-45, 13:5-6, 20-21, 24:13, 25:26-30; Mc 3:28-30; Lc 22:31-32; Jo 15:2-6; Rm 11:22; 1 Co 9:27, 15:2; Hb 6:4-6, 10:26-29, 12:14; 2 Pe 2:1, 20-21. A dificuldade que as pessoas têm com essas passagens – que as levam a uma conclusão errada – é que elas não sabem a diferença entre queda e apostasia. Ambas se referem a uma pessoa se afastar de Deus, mas uma – a apostasia – é infinitamente pior do que a outra. Um verdadeiro crente pode cair e deixar de andar com o Senhor, mas ele não vai apostatar. Apenas crentes professos podem apostatar, que é abandonar a confissão de fé que eles fizeram uma vez. Se eles fizerem isso, estão condenados, mesmo que ainda estejam vivos neste mundo! Eles não podem ser renovados ao arrependimento e trazidos à salvação por fé em Cristo (Hb 6:4-6, 10:26).


A chave para entender estas passagens que parecem ensinar que um crente poderia perder sua salvação é ver que elas estão se referindo à apostasia, e não à queda. Elas têm a ver com crentes meramente professantes, não crentes verdadeiros. Pode-se perguntar: “Por que essas advertências a respeito de apostasia são apresentadas nos livros da Bíblia que foram escritas aos crentes quando ela não tem aplicação para eles?” A resposta é que os escritores do Novo Testamento, divinamente inspirados, em muitas ocasiões, falaram para uma multidão mista de crentes verdadeiros e crentes meramente professantes. Assim, suas observações incluíam advertências para aqueles que transitavam entre os verdadeiros crentes e que estavam meramente professando fé em Cristo. Tais observações destinavam-se à consciência dessas pessoas. Elas tinham a intenção de despertá-los para sua necessidade de serem salvos, e avisá-los de que, se se desviassem da fé que professavam, estariam perdidos para sempre!


● APOSTASIA




APOSTASIA – Refere-se ao abandono formal da fé[1] que a pessoa uma vez professou. Apostasia pode ser do judaísmo (At 21:21 – “apostatarem de Moisés” – TB) ou pode ser do Cristianismo (1 Tm 4:1 – “apostatarão alguns da fé”; 2 Ts 2:3 – “a apostasia”). Ela é indicada na Escritura pelas expressões “desviar” ou “recair” (Lc 8:13; 2 Ts 2:3; Hb 6:6).


Apostatar é algo que só pode ser feito por um crente meramente professo. Um verdadeiro crente pode ter uma queda e andar distante do Senhor, mas ele não abandonará a fé. Apostasia é uma coisa muito solene, pois, uma vez que alguém se apostata, não há esperança de ele se voltar em arrependimento. A Escritura diz que isso é “impossível” (Hb 6:4-6.). Assim, os tais estão condenados, embora eles ainda estejam vivos neste mundo! As seguintes passagens se referem a apóstatas: Mt 7:21-23, 12:43-45, 13:5-7, 20-22; Mc 3:28-30; Jo 15:2, 6; At 1:25; Rm 11:22; 1 Co 9:27, 10:12; Hb 2:1-4, 3:7-15, 6:4-6, 10:26-31, 12:12-29; 2 Pe 2:1, 20-21; Ap 8:8-12.


Poderíamos perguntar: por que as advertências sobre apostasia foram registradas na Bíblia – um livro escrito para crentes – se os crentes não podem apostatar? A resposta é que em muitas passagens os escritores divinamente inspirados do Novo Testamento não estão se dirigindo exclusivamente a crentes. A Escritura indica que ao longo do tempo o testemunho Cristão iria se deteriorar em uma mistura profana de verdadeiros crentes e os meramente professantes (Mt 13:25 etc.). Sendo assim, os escritores do Novo Testamento inlcluíram, em suas observações aos santos, advertências contra aqueles que se transitavam entre eles e que não eram verdadeiros. Essas pessoas estavam correndo o risco de caírem em apostasia. Tais advertências foram destinadas a atingir a consciência delas e despertá-las para a realidade de que elas não eram salvas, e que precisavam ser, porque se virassem as costas para a fé que tinham professado, seriam condenadas para sempre como apóstatas!


Muitos Cristãos não sabem a diferença entre queda e apostasia e a confusão entre essas duas coisas os tem levado a conclusões erradas – e uma dessas conclusões é que os crentes podem perder sua salvação. A diferença entre queda e apostasia é ilustrada em Pedro e Judas. Ambos se afastaram do Senhor; com Pedro era uma queda e ele foi restaurado mais tarde, mas com Judas era a apostasia, e não houve retorno. W. Scott disse: “Para queda há remédio; para apostasia não há nenhum” (Doctrinal Summaries, pág. 44). 



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[1] N. do T.: Como regra, quando o artigo “a” é usado com “fé”, se refere à revelação Cristã da verdade. Por exemplo, Judas 3 diz: “A fé que uma vez foi entregue aos santos”. Mas quando o artigo “a” não é mencionado, se refere simplesmente à energia interior da confiança de uma alma em Deus.



● QUEDA – A Bíblia fala de dois tipos de afastamento de Deus – apostasia e queda. Ambos são ruins, mas a apostasia é infinitamente pior. Um crente nunca pode apostatar, mas certamente pode reincidir em seus antigos pecados se não tiver cuidado em sua caminhada. Se um crente retrocede àquilo que um dia deixou, há remédio (confissão e arrependimento, e então ele é restaurado ao Senhor – 1 Jo 1:9), mas se alguém que é apenas um crente professo apostata, não há remédio (Hb 6:4-6). 


A palavra “queda”, nesse sentido, não é encontrada no Novo Testamento, mas esse triste tipo de abandono de Deus certamente é mencionado (Mc 14:30, Tg 5:19). Tem a ver com um crente tornar-se descuidado com seu coração e com a sua comunhão com Deus (Pv 14:14). Se isso não for julgado, resultará em uma caminhada incompatível com o Senhor. A obra de Cristo como Advogado traz o reincidente de volta. Sua restauração envolve arrependimento e confissão de pecados ao Pai (1 Jo 1:9). 


É importante entender que a queda não afeta a posição do crente diante de Deus; portanto, o reincidente não perde sua salvação. Mas, como indica Provérbios 14:14, ele paga um alto preço pela sua rebeldia ao colher o que semeou (Gl 6:7-8, Pv 13:15). Se permitimos que o pecado não seja julgado em nossa vida, haverá resultados desastrosos:


Nosso laço de comunhão com Deus será quebrado (Rm 8:13).


Adquirimos uma má consciência que resultará em falta de confiança na oração (1 Jo 5:14-15).


Perderemos energia espiritual.


Perderemos discernimento (Os 7:8-9).


Poderemos nos tornar escravos dos pecados que permitimos em nossa vida (1 Co 6:12).


A mão disciplinadora de Deus será colocada sobre nós para nos fazer voltar (Hb 12:6). Tal disciplina pode até chegar ao ponto de alguém ser levado prematuramente à morte (Ec 7:17; 1 Co 11:31-32; Tg 5:20; 1 Jo 5:16).


Arruinamos nosso testemunho Cristão perante o mundo (Gn 19:14).


Vamos perder a recompensa que o Senhor pretendia nos dar (1 Co 3:13-15; 2 Co 5:10; Ap 3:11)

O QUE É COMUNHÃO?




COMUNHÃO



COMUNHÃO – Significa ser “participantes em conjunto” naquilo que as partes envolvidas têm em comum (1 Co 10:16). Os crentes no Senhor Jesus Cristo foram levados à “comunhão” com o Pai e o Filho (1 Jo 1:3), com o Espírito Santo (2 Co 13:14) e uns com os outros (1 Jo 1:7). Assim, permanecendo juntos nessa comunhão, Deus e Seu povo têm seus corações entretecidos em reflexão inteligente, objetivo, propósito, desejo e afeto em relação a todas as coisas passadas, presentes e futuras. Se nossos pensamentos e ideias não estão de acordo com a mente de Deus, então estamos sem comunhão com Ele, no que diz respeito a esses tópicos.


Comunhão deste tipo não aparece na Escritura senão depois de consumada a expiação, sobre a qual Deus sai em busca do homem, em graça, para formar um relacionamento com os crentes à luz da plena revelação da verdade. Os santos do Velho Testamento, como Abraão, tinham comunhão com Deus, mas não da maneira na qual os Cristãos conhecem a comunhão com Deus pela morada interior do Espírito. H. M. Hooke disse: “A primeira vez que ela [a comunhão] ocorre no Novo Testamento é em Atos 2:42. Por que você não a vê antes? Porque até que você tenha a vida eterna revelada, manifestada, e até que ela tenha sido comunicada, não poderia haver tal coisa como a comunhão. Como poderia Deus levar as pessoas a terem comunhão Consigo mesmo sem antes ter tirado os pecados deles? Não foi até que Cristo morreu, ressuscitou e foi para o céu, e o Espírito Santo desceu, para que você obtivesse essa palavra” (The Christian Friend, vol. 12 [1885], pág. 234).


Na Escritura, a comunhão Cristã (1 Co 1:9; At 2:42-47) é sobretudo proximidade. Implica estar “reunidos” ao nome do Senhor Jesus Cristo (Mt 18:20), “reunidos” para partir o pão (At 20:7 – TB), estavam “reuidos” para a oração (At 4:31, 12:12; Rm 15:30), “se reuniram” para o ministério da Palavra (At 11:26; 1 Co 14:23), “reunido” a congregação para ações administrativas (At 15:30; Rm 1:12), andando “unidos” em um mesmo sentido e com os mesmos objetivos (1 Co 1:10), e sendo “cooperadores” no serviço do Senhor (1 Co 3:9; 2 Co 6:1 – TB).


Tudo isso se baseia no fato de que fomos vivificados “juntamente”, ressuscitados “juntamente” e assentados “juntamente” em Cristo (Ef 2:5-6 – JND), e também porque fomos “bem conjuntados” (Ef 2:21 – TB) e edificados “juntamente” para a habitação de Deus na Terra (Ef 2:22). Em breve seremos arrebatados “juntamente”, e assim reunidos juntamente “com Ele” (2 Ts 2:1), seremos glorificados juntamente “com Ele” (Rm 8:17) e, finalmente, viveremos “juntamente” com Ele (1 Ts 5:10).

O que é está cheio do Espírito Santo?

 

CHEIO DO ESPÍRITO



CHEIO DO ESPÍRITO – Este termo tem a ver com o estado do crente e, portanto, é algo mais do que receber “o dom do Espírito Santo” pelo qual somos habitados por Ele (At 2:38, 8:15-17, 10:45, 19:2; 2 Co 1:21-22; Gl 3:2; Ef 1:13, 4:30; 1 Ts 4:8 etc.). Estar “cheio do Espírito” (Ef 5:18; At 2:4, 4:31, 6:3, 7:55, 9:17, 11:24 etc.) tem a ver com dar o controle total de nossa vida ao Espírito de uma forma prática.
Uma ilustração dada por H. P. Barker torna clara essa distinção. Ele disse: “Um visitante em sua casa não a ocupa. Ele está restrito à parte da casa à qual você o introduziu. Se, no entanto, você colocar sua casa inteira à sua disposição, e lhe der a chave de cada quarto e armário, ele então controlará todo o lugar. Não é que ele tenha vindo para fazer isto, mas agora, por seu ato de entrega, ele terá completo controle. Assim também é com o Espírito Santo. Muitas vezes O restringimos a certas partes de nossa vida e experiência, mas Ele deseja ter total controle, para nos possuir inteiramente para os interesses de Cristo. Quando entregamos ao Seu controle toda a nossa casa, então Ele está num indisputado comando dela e, nesse sentido, nos enche” (The Holy Spirit Here Today, pág. 77).
Assim, o crente recebe o Espírito Santo uma vez em sua vida ao crêr no Senhor Jesus Cristo. Quando este Hóspede divino faz do crente Sua residência, Ele nunca o deixa, pois o crente é com Ele “selado para o dia” da sua “redenção” final – que é quando o Senhor vem no Arrebatamento (Ef 4:30; Jo 14:16 – “para sempre”). Mas o crente pode ser enchido muitas vezes. Isto é porque nosso estado é como a maré vazante, e podemos não estar sempre rendidos ao Espírito como deveríamos. Sendo assim, não há na Escritura exortações aos Cristãos para serem “selados” ou “ungidos” com o Espírito. Esses termos têm a ver com a presença permanente do Espírito no crente. E como os Cristãos são crentes, já receberam o Espírito. Há, no entanto, exortações na Escritura para serem “cheios” do Espírito.
Bem podemos perguntar: “Como é que um Cristão se enche do Espírito?” As passagens seguintes, que falam do “encher”, nos dão a resposta:
  • Em Atos 2:1-4, dedicando-se aos interesses do Senhor.
  • Em Atos 4:31, ocupando-se com a oração e a leitura da Palavra de Deus.
  • Em Atos 6:3 e Atos 11:22-24, servindo aos outros em nome do Senhor.
  • Em Atos 7:55, testemunhando de Cristo.
  • Em Efésios 5:18-21, regozijando-se no Senhor com canto e ações de graças.

Porém, para que possamos ser preenchidos, precisamos primeiro ser esvaziados de tudo o que é incompatível com o Senhor. Muitas vezes há coisas na vida dos crentes que não têm direito de estar ali, e elas impedem o Espírito. Consequentemente, Ele não os enche. Podem ser pensamentos impuros, motivos indignos, desejos cobiçosos, interesses e ambições egoístas etc. Essas coisas certamente precisam ser lançadas fora e a grande questão é: “Como fazer isso”? A resposta é: “Sob o princípio do deslocamento”. H. P. Barker deu a conveniente ilustração sobre este ponto. Ele disse: “Suponha que eu tenha em minha mão um copo, aparentemente vazio. Na verdade, ele está cheio de ar. Como posso esvaziá-lo do ar? Não por agitá-lo freneticamente com a boca para baixo, nem limpando-o com um pano. Ele é esvaziado simplesmente por estar parado em uma mesa enquanto é enchido com água. Eu o esvazio de ar enchendo-o com água.” (The Holy Spirit Here Today, pág. 78). É o mesmo que ser cheio do Espírito; quando coisas e atividades Cristãs ocupam nossos pensamentos e nossa vida, aquelas outras coisas não terão lugar nela. Se tentarmos forçar a estarmos cheios do Espírito de outra maneira, a vida Cristã vai se tornar uma coisa legalista e, afinal, desmoronará por falta de energia para continuar nelas.
Estar cheio do Espírito Santo tem muito a ver com se entregar às reivindicações de Cristo e ao Hóspede divino que habita em nós. Nossa vontade é a principal culpada de impedir essa entrega. Outra ilustração de H. P. Barker nos ajuda a entender este ponto. Na Alemanha, há muitos anos, um magnífico órgão de tubos de renome mundial foi construído em uma grande catedral. Um dia um visitante foi à catedral e perguntou se ele poderia tocar o órgão. O zelador disse ao visitante que não era permitido deixar estranhos tocarem o instrumento. O visitante insistiu, e, finalmente, depois de muita persuasão, o zelador permitiu-lhe sentar-se ao órgão. Imediatamente, a música mais deslumbrante fluiu daquele órgão e encheu a catedral. O zelador ficou atônito e parou imóvel, admirado, enquanto ouvia os maravilhosos sons que reverberavam pela construção. Após o visitante ter tocado por algum tempo e estando prestes a sair, o zelador foi até ele e perguntou: “Quem é você?” Ele respondeu: “Mendelssohn” – Era o grande compositor em pessoa! Então o zelador ficou constrangido e disse: “Imagine só; eu estava aqui impedindo você, um homem tão eminente e de tal habilidade, e o maior compositor na Europa, de tocar este órgão! Estou envergonhado de mim mesmo”. Muito mais excelente do que qualquer compositor humano famoso, o Espírito de Deus entrou em nosso coração quando fomos salvos. Mas temos nós, como aquele zelador, proibido o Compositor divino de sentar-Se ao painel de controle de nossa vida para criar, por assim dizer, “uma belíssima música” para a glória de Deus?

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

O QUE É ESTÁ REUNIDOS AO NOME DO SENHOR?




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O QUE É ESTÁ "REUNIDO AO NOME DO SENHOR"


 – Esta expressão está baseada em Mateus 18:20 e 1 Coríntios 5:4. Refere-se à obra do Espírito de reunir os Cristãos na Terra em torno do Senhor Jesus Cristo, sobre o verdadeiro terreno da Igreja de Deus (IGREJA =PESSOAS - NÃO DENOMINAÇÃO) .

 A presença do Senhor no meio deles sanciona aquele terreno, no qual eles estão reunidos, como sendo o lugar designado por Ele onde os Cristãos devem se reunir para adoração e ministério. Sua presença também autoriza suas ações administrativas de “ligar” e “desligar”, as quais eles podem tomar em matéria de disciplina etc. No entanto, a presença do Senhor no meio dos assim reunidos não sanciona o seu estado que, por vezes, pode ser baixo.


Muitos Cristãos pensam que Mateus 18:20 está simplesmente afirmando o fato de que sempre e onde quer que os Cristãos se reúnam por qualquer razão ou propósito, social ou religioso, que eles têm a presença do Senhor com eles. Embora seja verdade que o Senhor está “com” os Cristãos onde quer que estejam e para qualquer propósito que eles se reúnam (Mt 28:20; Hb 13:5), isso não é o que o Senhor estava ensinando em Mateus 18:20 quando disse que Ele estaria “no meio”. Isso é confundir o Senhor estar “com” os crentes e estar “no meio” dos crentes reunidos ao Seu nome. Estas são duas coisas diferentes.


Os três pontos seguintes nos ajudarão a entender o que significa estar reunido para o nome do Senhor:


Em primeiro lugar, o PROPÓSITO de Deus em reunir os Cristãos ao nome do Senhor é para que haja uma demonstração viva da unidade do corpo de Cristo na Terra (Rm 12:4-5; 1 Co 10:17, 12:12; Ef 1:22-23, 5:30). Ele deseja que exista uma expressão visível da unidade do corpo resultante dos crentes andando juntos eclesiasticamente – isto é, na doutrina e prática da Igreja (Ef 4:1-4). Deus chamou todos os Cristãos a uma comunhão universal (mundial) onde Ele os teria todos juntos agindo assim de forma prática (1 Co 1:9), onde a uniformidade e a unidade seriam vistas, entre aqueles assim reunidos, de várias maneiras:


Na função e na ordem da assembleia ( Assembleia se refere não uma denominação com este apelido mas a reunião dos salvos em uma localidade) 1 Co 1:2, 4:17, 7:17, 11:16, 14:33-34, 16:1.


No ato de partir o pão (1 Co 10:17 Etc).


Em assuntos de comunhão entre as assembleias, cartas de recomendação etc. (At 18:24-28; Rm 16:1; 2 Co 3:1-3).


Em assuntos de disciplina de assembleia (1 Co 5:12-13; 2 Co 2:6-11).


Na formação de reuniões em novas áreas (1 Ts 2:14; At 8:4-24). 


A unidade prática do corpo de Cristo é aludida em Mateus 18:20 na palavra “reunidos”. (A unidade prática entre os Cristãos também é mencionada em João 10:16, 11:51-52, 17:11, 21, mas no contexto da unidade da família de Deus). O Senhor não revelou a verdade do um só corpo em Seu ministério terrenal, porque os discípulos ainda não tinham o Espírito recebidos como foi no 50 dias depois da Páscoa (pentecostes)  e não seriam capazes de se apropriar dessa verdade (Jo 14:25-26, 16:12). Mas Ele indicou que haveria um novo tipo de unidade que surgiria quando a Igreja fosse formada. Assim, o Senhor mostrou a semente dessa verdade em Seu ministério, mas deixou-a para ser ensinada pelos apóstolos quando recebessem o Espírito Santo na Formação da Igreja, At 2.


É triste dizer que a Igreja em grande parte não entendeu o propósito de Deus em reunir. Ou por boas intenções ou por vontade própria, ela se tornou dividida no seu funcionamento prático, e agora está fragmentada em milhares de seitas e comunidades independentes (denominacionais e não denominacionais). Assim, a Igreja hoje testifica ao mundo seu estado dividido – tanto na doutrina como na prática. Não é preciso dizer que isso não é o que o Senhor pretende. Isto é, as denominações não são vontade de Deus!


Em segundo lugar, para realizar esse objetivo no testemunho Cristão, Deus tem um LUGAR designado onde iria reunir Cristãos para expressar a verdade do um corpo. Não é uma localização literal, geográfica na Terra, como no judaísmo (Jerusalém), mas um terreno espiritual de princípios bíblicos sobre os quais Ele teria Cristãos reunidos para manifestar essa unidade. Isso é indicado pelas palavras “onde” e “aí”, em Mateus 18:20.


Hebreus 13:13 nos diz que este lugar de reunião é “fora do arraial”. O “arraial” é uma palavra que o Espírito de Deus usa para indicar o judaísmo e todos os seus princípios e práticas relacionados a ele. Assim, essa comunhão à qual os Cristãos são chamados é livre daquela ordem judaica de coisas. Os Cristãos de um modo geral (por centenas de anos) também perderam esse ponto e trouxeram muitas coisas ligadas ao culto judaico aos lugares onde adoram. Eles ignoraram o ensinamento claro da Escritura que diz que o tabernáculo é uma figura do verdadeiro santuário ao qual agora temos acesso pelo Espírito (Hb 9:8-9, 23-24, 10:19-22). Em vez disso, eles o usaram como um padrão para suas organizações, e incorporaram muitas coisas da adoração do Velho Testamento em um sentido literal, tais como: o uso de "templos" (catedrais), uma casta de homens ordenados para oficiar em nome do resto da congregação, uma orquestra, um coro, o uso de vestes especiais, a prática do dízimo, observância da Lei etc. 


No mundo Cristão hoje há uma proliferação de comunhões Cristãs que são repletas de coisas tomadas da ordem judaica. Qualquer pessoa que busque o lugar da escolha do Senhor (e que deseje estar verdadeiramente reunida ao Seu nome) terá que desviar seu olhar de todos esses lugares na Cristandade, porque eles têm os aparatos do judaísmo em seus "cultos", e a comunhão, para a qual o Espírito está conduzindo os Cristãos, está fora de tudo isso.


O objetivo de Deus é ter os Cristãos juntos em um só terreno de reunião, em um único centro divinamente reconhecido (Cristo no meio), mesmo que eles possam viver em muitos locais diferentes na Terra. Isso une os Cristãos de forma prática e manifesta um testemunho singular diante do mundo de que eles são “um corpo”. Na verdade, esta é a primeira responsabilidade coletiva na qual os Cristãos têm de andar de uma maneira digna da vocação com que foram chamados (Ef 4:1-4). Portanto, a presença do Senhor no meio (neste sentido coletivo de assembleia) só poderia haver onde Deus reúne os Cristãos ao nome do Senhor. Se o Senhor reconhecesse com a Sua presença em seu meio, todos os grupos de crentes que se reúnem para adoração e ministério em seus diferentes lugares, então Ele estaria sancionando as muitas divisões no testemunho da Igreja. Seria sancionar a própria coisa que Ele condena! Portanto, o Senhor não poderia estar (neste sentido) em todo lugar onde os Cristãos se reúnem. 

W. Potter disse: “Suponha que o Senhor Se fizesse presente agora nas diferentes denominações, o que Ele estaria fazendo? Estaria sancionando aquilo que é contrário a Ele mesmo. Ele não pode fazer isso” (Gathering Up The Fragments, pág. 87). Ele também disse: “Você quer dizer que o Senhor não está no meio de nenhum outro no mesmo sentido? Decididamente, Ele não está” (Gatherings Up The Fragments, pág. 90).


Isso pode parecer restrito e exclusivo, mas realmente não deveria nos surpreender, porque a própria natureza do do Verdadeiro Cristianismo é exclusiva. Existe apenas uma maneira de sermos salvos (At 4:12), e apenas um caminho para o Pai (Jo 14:6) etc. – e há apenas uma maneira pela qual Deus quis que os Cristãos se reunissem para a adoração e ministério. Toda a revelação Cristã da verdade é exclusiva, e não podemos pedir desculpas pela verdade. Ela é o que é.


Em terceiro lugar, apesar de os Cristãos estarem espalhados por todo o mundo, Deus tem o PODER para reuni-los dessa maneira. Ele faz isso por meio da obra do Reunidor divino, o Espírito Santo. O Espírito de Deus leva os crentes exercitados ao lugar de Sua escolha. A Quem mais poderia o Senhor confiar o ajuntamento de Seu povo ao Seu nome, senão ao Espírito de Deus? Os homens mais bem-intencionados têm procurado reunir o povo do Senhor, mas, desconhecendo a verdade da reunião, formaram comunidades cristãs de sua própria invenção. Tendo estabelecido essas várias comunidades cristãs, eles incentivam os crentes a “ir à 'igreja' de sua escolha”, como se fosse uma questão de preferência pessoal. O resultado é que os Cristãos foram absorvidos em várias comunidades "Cristãs" criadas pelo homem que são independentes umas das outras, ao invés de estarem unidas em uma comunhão universal. Essa não pode ser a obra do Espírito Santo, porque Ele nunca conduz ao contrário da Palavra de Deus.


Se o Espírito Santo levasse os Cristãos a se unir para adoração e ministério em suas muitas comunidades independentes, então Ele seria o Autor das divisões na Cristandade atual. Ele, então, poderia ser responsabilizado pelo estado dividido do testemunho Cristão! Certamente nenhum Cristão sóbrio acusaria o Espírito de Deus de criar o triste e dividido estado do testemunho da Igreja. H. Smith disse: “Estaria o Espírito Santo reunindo todas as comunidades divididas e independentes que procuram apropriar-se dessa promessa (Mt 18:20)? Tal suposição envolve necessariamente colocar a responsabilidade pelas divisões e independências deploráveis e desonrosas a Cristo sobre o Espírito Santo. Essa multiplicidade de centros vista nas denominações é devida à obra do “Espírito de verdade” que veio para glorificar a Cristo? Longe esteja esse pensamento!” (Gathered Together, pág. 3).


Embora o Espírito Santo não seja diretamente mencionado em Mateus 18:20, é claro que Ele é o Reunidor divino. Isso é visto nas palavras, “estão congregados” (TB). O Senhor não disse, “Onde dois ou três se ajuntam” ou “se reúnem”, como algumas traduções modernas apresentam. “Estão congregados” está na voz passiva, e isso aponta para o fato de que houve um poder de reunião, fora das próprias pessoas, que foi envolvido na reunião delas nesse terreno. Isso mostra que o terreno divino de reunião não é uma associação voluntária de crentes. H. Smith disse: “Para usar uma ilustração simples, eu vejo um cesto de frutas sobre a mesa. Como elas chegaram lá? Estavam reunidas; elas não chegaram lá por seus próprios esforços. No grego, a palavra traduzida como “reunidos” é “sunago”, que literalmente significa “conduzidos juntos”, e poderia ser traduzida, “são guiados juntos” – tudo isso então sugere um Reunidor” (Gathered Together, pág. 2). A Concordância de Strong afirma que a palavra “sunago” (#4863) significa “conduzidos juntos” ou “coletados”. O Dicionário Expositivo de Vine do Novo Testamento afirma que “sunago” significa “reunir ou ajuntar” (pág. 482).


Lucas 22:7-10 vê o assunto da reunião e a obra do Espírito Santo como o Reunidor divino de uma perspectiva diferente. Como Mateus 18:20, a passagem em Lucas também tem o “onde” e o “aí” (versículos 9, 12), mas Lucas considera o lado da responsabilidade do homem, enquanto Mateus considera o lado da soberania de Deus. Lucas mostra que os Cristãos precisam ser exercitados a respeito de estar no lugar que o Senhor escolheu.


Em Lucas 22, o Espírito de Deus é visto na figura de “um homem” com “um cântaro de água”, levando os crentes exercitados ao lugar que o Senhor escolheu. Muitas vezes, na Escritura, o Espírito de Deus é visto como um homem anônimo que trabalha nos bastidores. Isso porque não é o objetivo do Espírito de Deus chamar a atenção para Si mesmo. No verdadeiro Cristianismo, Ele trabalha nos bastidores guiando os crentes exercitados à verdade (Jo 16:13-14), e é também a razão pela qual Ele não é diretamente mencionado em Mateus 18:20. A “água”, que o homem carregava, significa a Palavra de Deus (Ef 5:26). Isso indica, então, que o Espírito de Deus usa os princípios da Palavra de Deus para conduzir os crentes ao lugar que o Senhor escolheu.


Lucas 22, portanto, concentra-se no que é exigido de nós para sermos guiado pelo Espírito para o lugar. Precisamos ter um sincero desejo de saber onde está o lugar de Sua escolha. Isso é ilustrado quando Pedro e João perguntam ao Senhor: “Onde queres que a preparemos?” (v. 9). Também precisa haver energia da fé para agir e assim procurar ser conduzido pelo Espírito para o lugar (Gn 24:27). Isso é ilustrado nas palavras, “E indo eles...” (v. 13). Há também o exercício de subir as escadas da separação para o “cenáculo” (v. 12). Isso indica a necessidade de se separar de toda conexão com o mundo – tanto secular quanto religioso (2 Tm 2:19-22). Finalmente, tendo sido direcionado para o lugar de Sua escolha, precisa haver o exercício de fazer “os preparativos” (v. 12). Isso se refere a estar em um estado espiritual correto de alma que seria adequado à Sua presença. Preparamos nossa alma por meio do julgamento próprio (1 Co 11:28).

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

O QUE É A CASA DE DEUS?

 *A CASA DE DEUS





Nos  tempos do Velho Testamento, a casa de Deus era um edifício feito de pedras e madeira e coberto de ouro (1 Rs 5-6). Mas hoje no Cristianismo, “a casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo” (1 Tm 3:15) é uma “casa espiritual” composta de crentes no Senhor Jesus Cristo, que são vistos como “pedras vivas” na sua construção (1 Co 3:9b; Ef 2:20-21; Hb 3:6; 1 Pe 2:5).


Cristãos frequentemente se referem (erroneamente) ao prédio ou salão da igreja deles como a casa de Deus. Um caso vem à mente de um irmão que estava triste com as crianças que estavam correndo e brincando no corredor após uma das reuniões bíblicas. Ele disse: “As crianças não deveriam estar correndo por aqui; esta é a casa de Deus!” Mas essa observação significa pensar na casa de Deus da mesma forma que ela era no Velho Testamento, no judaísmo. Mas, como foi dito, a casa de Deus nesta dispensação Cristã não é um edifício físico feito pelas mãos dos homens, porém, um edifício espiritual. Desse equívoco vem a ideia de que, em certos horários prescritos, os Cristãos vão para a casa de Deus para adorar, por exemplo, às dez horas do domingo. Essa confusão vem das falsas ideias propostas pelo catolicismo e pela teologia da Reforma. A verdade é que “somos” a casa de Deus (Hb 3:6) e estamos “na” casa de Deus (1 Tm 3:15) em todos os momentos – 24 horas por dia, sete dias por semana – não apenas quando estamos reunidos com outros Cristãos nas reuniões bíblicas. (Nem devemos confundir “a casa de Deus” com a “casa do Pai” – Jo 14:2-3. A casa de Deus é algo na Terra, enquanto que a casa do Pai é algo no céu.)


A Igreja, vista como a casa de Deus, é o vaso de testemunho de Deus na Terra para mostrar o verdadeiro caráter de Deus diante do mundo. O apóstolo Pedro afirma isso em sua primeira epístola. Depois de declarar que os crentes são “casa espiritual” de Deus, ele continua dizendo que, como tal, somos responsáveis por anunciar “as virtudes daqu’Ele” que nos chamou “das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:5-9). Então, assim como podemos aprender certas coisas sobre o ocupante de uma casa, olhando para a sua casa, da mesma forma os homens deveriam ser capazes de olhar para a casa de Deus e conhecer o Seu caráter. Se o jardim estiver descuidado, se há lixo por toda a parte, se a casa precisa de pintura etc., tudo isso nos dá uma visão sobre o tipo de pessoa que vive lá. Por outro lado, podemos ver uma casa bem cuidada (por aquilo que nossos olhos conseguem discernir) e concluir que o proprietário provavelmente é uma pessoa bem ordenada. Assim, Deus deseja que Seu caráter seja visto na ordem de Sua casa. Uma vez que somos casa de Deus, o mundo deve estar apto a observar nossa conduta e maneiras e conhecer o verdadeiro caráter de Deus.


Essa linha de verdade é muito negligenciada. Muitos Cristãos têm a ideia de que Deus não está preocupado com o que eles são exteriormente. Para eles o que está dentro é a única coisa que importa. 1 Samuel 16:7 às vezes é usado para justificar: “o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”. Mas esse mesmo versículo só reforça o ponto em que precisamos prestar atenção ao nosso testemunho exterior. Como os homens não podem ver o que está em nosso coração – só Deus pode ver isso – eles têm que olhar para o que é exterior. Certamente, o mais importante é ter uma relação com Deus interiormente por fé, mas não é a única coisa que os Cristãos precisam se preocupar. Temos uma responsabilidade em relação à impressão que causamos diante do mundo, porque nosso testemunho pessoal reflete Deus.


As duas principais características de Deus que os Cristãos, como a casa de Deus, devem manifestar diante do mundo são:


Deus, o Salvador – Como tal, a disposição de Deus em graça para com todos os homens deve soar de Sua casa para o mundo por meio do “evangelho da glória do Deus bendito” (1 Tm 1:11 – ARA, 2:3-6). Assim, o favor de Deus em buscar o bem e a bênção dos homens deve ser manifestado perante o mundo por aqueles que compõem a casa.


Deus, o Criador – Como tal, os padrões morais de Deus e a ordem moral nos papéis dos homens e das mulheres, que Ele estabeleceu desde o início da criação, devem ser demonstrados por aqueles que compõem a casa (1 Tm 2:8-15 etc.). 


A casa de Deus hoje no Cristianismo é vista na Escritura de duas maneiras:


Sob o primeiro aspecto, a casa é vista como constituída somente pelos verdadeiros crentes (Mt 16:18; 1 Co 3:9b; Ef 2:20-21; 1 Tm 3:15; Hb 3:6; 1 Pe 2:5). Uma vez que o evangelho ainda está sendo pregado e reunindo o material (“pedras vivas”), sob esse aspecto a casa é vista como estando ainda em construção e não estará completa até o último crente ser salvo e colocado na estrutura (Ef 2:20-21), quando, então, , o Senhor virá no Arrebatamento e levará a Igreja para casa no céu. Cristo é o Construtor Mestre (Mt 16:18) e “a pedra angular” da casa (Ef 2:20); sendo Ele também o “Filho sobre a Sua (de Deus) própria casa” (Hb 3:6).


Sob o segundo aspecto, a casa é vista como tendo uma mistura de crentes verdadeiros e crentes apenas professos (1 Co 3:9-17; Ef 2:22; 2 Tm 2:20; 1 Pe 4:17). Os homens são vistos como tendo parte no trabalho de construção da casa, mas, infelizmente, nem todos são bons construtores. Alguns estão construindo com bom material e outros com material ruim (1 Co 3:9-17). Tendo Deus atribuído essa responsabilidade aos homens no tempo da ausência do Senhor (Mt 24:45), muitos dos construtores têm mostrado desrespeito à ordem de Sua casa introduzindo uma ordem feita por eles mesmos. Consequentemente, todo o tipo de coisas foi trazido para dentro da casa, mas que realmente não deveria estar lá, e muita desordem e ruína tem sido o resultado. A casa de Deus, nesse aspecto, é agora como uma “grande casa”, cheia de confusão (2 Tm 2:20). Na verdade, hoje há tanta desordem na casa de Deus que há pouquíssimas coisas que ainda estão de acordo com o padrão de Sua casa conforme Sua Palavra. Deus não é indiferente a isso. Atualmente Ele julga os que estão em Sua casa de maneira governamental (1 Co 3:17, 11:30-32; 1 Pe 4:17).


Sob esse segundo aspecto, a casa é vista como “morada de Deus” na Terra. Ou seja, Ele habita nela pela presença do “Espírito” (Ef 2:22). Uma vez que o Espírito Santo está na casa (1 Co 3:16), aqueles que nela estão como meros Cristãos professos são “participantes do Espírito Santo” de uma maneira exterior, sem realmente ser habitados pelo Espírito (Hb 6:4). Esse segundo aspecto abrange toda a profissão Cristã na Terra. Assim, nunca uma assembleia local foi chamada de a casa de Deus na Escritura.


A casa de Deus no Velho Testamento tinha dois edifícios adjacentes: a casa do Senhor (1 Rs 5-6) e a casa do rei Salomão (1 Rs 7). Esses dois edifícios exemplificam os dois aspectos da casa de Deus hoje. A casa do Senhor (o templo) estava aberta a todos os que viessem a Deus para adorá-Lo – tendo inclusive um pátio para os gentios. No entanto, nem todos aqueles que entravam nos recintos do templo necessariamente tinham uma fé verdadeira. É uma figura do segundo aspecto da casa de Deus hoje, onde existe uma mistura de verdadeiros crentes e meros professos. A casa de Salomão tinha uma série de salas interligadas que estavam fechadas a todos, com exceção dele mesmo e de sua família. Os gentios que visitaram a terra e outros em Israel não tiveram acesso a ela. É uma figura do primeiro aspecto da casa que é composto apenas por verdadeiros crentes. (Synopsis of the Books of the Bible, J. N. Darby em 1 Rs 5-7).



Algumas diferenças notáveis entre esses dois aspectos são:


No primeiro aspecto, a casa de Deus é vista sob a perspectiva da soberania de Deus (Ef 2:20-21). No segundo aspecto, é vista sob a perspectiva da responsabilidade do homem (1 Pe 4:17).


No primeiro aspecto, as pessoas se tornam parte da casa crendo no evangelho. No segundo aspecto, as pessoas entram na casa fazendo uma profissão de fé em Cristo (2 Tm 2:19) ou por serem batizadas (que é o meio formal de entrar nela).


No primeiro aspecto, os fiéis “são” a casa (Hb 3:6; 1 Pe 2:5); no segundo aspecto, os crentes (e os falsos crentes) estão “dentro” da casa (2 Tm 2:20).


No primeiro aspecto da casa, o Espírito de Deus habita “nos” crentes (Jo 14:17; At 2:4); no segundo aspecto, o Espírito de Deus habita tanto “nos” crentes como “com” [ou entre] crentes (Jo 14:17; At 2:2; 1 Co 3:16-17).


O primeiro aspecto às vezes é chamado de “a casa da realidade”, enquanto o segundo aspecto às vezes é chamado de “a casa da profissão”.

O QUE É DOM?

 DOM



DOM – No Novo Testamento, “dom” é um assunto que é tratado de algumas maneiras diferentes. Em primeiro lugar, há “o dom do Espírito Santo”, que é dado a toda pessoa que crê no Senhor Jesus Cristo (Jo 4:10; At 2:38, 10:45; 1 Ts 4:8; 1 Jo 3:24). Ao receber o Espírito Santo, a pessoa se torna parte da Igreja de Deus, que é o corpo de Cristo.


Há o dom da “graça” que é dado a cada membro do corpo de Cristo, pelo qual cada um é capaz de preencher o lugar no corpo que lhe foi atribuído (Ef 4:7).


Há também dádivas espirituais que são dadas aos crentes, chamadas “dons espirituais”, ou “manifestações espirituais”, como traduzido por J. N. Darby (1 Co 12:1, 14:1, 12). Essa dádiva espiritual é dada a uma pessoa no momento em que ela crê no Senhor Jesus e recebe o Espírito Santo. Quando ela é conduzida pelo Espírito para exercer seu dom, contribuirá de alguma forma para a edificação do corpo (1 Co 12:7; Ef 4:15). A Bíblia ensina que a todos os crentes foi dado pelo menos um dom (1 Co 12:7; 1 Pe 4:10). O ministério é simplesmente o exercício do dom de alguém; como todos os Cristãos têm algum dom, todos os Cristãos estão “no ministério”. A extensão completa desses dons é muito mais ampla do que ensinar, exortar, profetizar, pregar etc. Inclui dons de sinais tais como: cura, línguas, e dom de milagres (1 Co 12:9-10), e dons de caráter mais privado, como ajudar as pessoas individualmente – como pastorear, ajudar, dar, mostrar misericórdia etc. (Rm 12:8; 1 Co 12:28).


Há também “dons” especiais que são dados à Igreja por Cristo, a Cabeça do corpo (Ef 4:10-11). Esses são homens que em si mesmos possuem certos dons espirituais para ministrar a Palavra. Eles são: “apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores [mestres – ARA]”. O Senhor dá esses homens com o propósito de preparar os santos e, assim, torná-los capazes de contribuir na obra do ministério (Ef 4:12). Os apóstolos já não existem (Ef 2:20), mas os outros dons certamente sim. Os profetas que estão conosco hoje não são aqueles que recebem revelações e predizem eventos futuros (At 11:28, 21:10-11), mas aqueles que ministram a Palavra para edificação, exortação e consolação (1 Co 14:3).


Os dons de sinais e de testemunho acima mencionados cessaram porque o propósito para o qual foram dados já foi cumprido. Isso aconteceu de duas maneiras:


Em primeiro lugar, esses dons foram usados para dar “testemunho” à nação judaica que Deus era capaz e estava disposto a trazer o reino em todo o seu poder e glória (como apresentado nos profetas do Velho Testamento), se eles recebessem o Senhor Jesus como seu legítimo Messias. Deus confirmou essa graça para com eles no ministério dos apóstolos (At 2:43), pelo qual a nação provou “os poderes do mundo vindouro” (Hb 6:4-5 – TB) e viu “sinais e milagres” e “várias maravilhas” com “dons do Espírito Santo, distribuídos por Sua vontade” (Hb 2:3-4), e eles também tiveram homens falando-lhes em “línguas” (At 2:1-13; 1 Co 14:21-22). Mas quando os judeus rejeitaram formalmente esse testemunho (At 7:54-60), a não ser o remanescente que creu (Rm 11:5), Deus colocou a nação de lado no ano 70 d.C., com a destruição de Jerusalém e do templo e com a morte de uma grande porção do povo (Mt 21:33-44, 22:7, 24:2). Então, o uso desses dons de sinais não era mais necessário (1 Co 13:8). A história testemunha o fato de que, após o primeiro século, esses dons de milagres não eram mais usados.


Em segundo lugar, Deus usou os dons de sinais para dar testemunho aos gentios de que Ele havia efetuado um novo início em Seus caminhos dispensacionais ao enviar o Espírito Santo no Pentecostes para formar a Igreja (Mc 16:15-20; Rm 15:18-19). Aos gentios foi dada a oportunidade de fazer parte da Igreja, se recebessem o Senhor Jesus. Depois que a Igreja foi estabelecida naqueles primeiros tempos, os dons de sinais que foram manifestados em associação com a pregação do evangelho, não tiveram continuidade. Novamente, a história da Igreja testemunha esse fato.


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A esfera na qual os dons operam na casa de Deus ( casa de Deus novamente refere-se ao conceito geral da igreja aqui na terra não de um prédio) é uma das três esferas distintas de privilégio e responsabilidade – sacerdócio, dom e ofício. Achada  Cristandade atual tem entendido mal as distinções que marcam estas três esferas de atividade espiritual e as fundiu em uma só, e disso veio a *invenção de um clérigo* (um assim-chamado ministro ou pastor), que não tem o apoio da Escritura. É, portanto, importante notar a diferença entre eles. Uma diferença é que o sacerdócio tem a ver com o que vai do homem para Deus, pois está relacionado ao louvor e à oração, enquanto o dom tem a ver com coisas espirituais sendo ministradas de Deus para o homem. 


Quando a esfera do dom na casa de Deus está sendo considerada, geralmente se refere aos dons que pertencem ao ministério público da Palavra – pregar, ensinar, exortar etc. No entanto, o exercício do dom espiritual de alguém é algo que não se limita às reuniões da assembleia; os dons devem ser exercitados sempre e onde quer que uma pessoa, dirigida pelo Espírito, é conduzida a fazê-lo.


Uma coisa importante de se notar em conexão com o assunto de dom é que a Escritura não ensina que uma pessoa precisa ser treinada em um seminário e ordenada antes que possa usar seu dom espiritual. A Escritura também não ensina que esses dons devam ser exercitados sob o patrocínio da assembleia, ou sob a direção de uma organização para-eclesiástica ou um conselho missionário. Cada dom é dado pelo Senhor e deve ser usado sob Sua direção. A posse de um dom espiritual é a autorização de Deus para usá-lo. O irmão  Pedro indica isto, dizendo: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu” (1 Pe 4:10). Ele também disse: “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus: se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá”. Note que Pedro não diz que depois de receber um dom para ministrar a Palavra alguém precise ir à escola antes que possa usá-lo. A simples ordem na Escritura é: “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, temn doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação” (1 Co 14:26). A Igreja foi assim ensinada e edificada no seu princípio e é o modelo para o ministério Cristão de hoje. 


J. N. Darby disse: “Se Cristo pensou em me dar um dom, eu devo negociar com meu talento como Seu servo, e a assembleia nada tem a ver com isso: Definitivamente eu não sou servo dela... Eu me recuso terminantemente a ser seu servo. Se eu, fazendo ou dizendo algo como um indivíduo, sou chamado à disciplina, aí é outra questão; mas ao negociar com o meu talento, eu não atuo ‘por’ nem ‘para’ uma assembleia. Quando vou ensinar, exercito individualmente o meu dom... O Senhorio de Cristo é negado por aqueles que sustentam essas ideias; eles querem fazer da assembleia, ou deles próprios, senhores. Se eu sou servo de Cristo, deixe-me servi-Lo na liberdade do Espírito. Eles querem fazer dos servos de Cristo servos da assembleia, e negar o serviço individual como sendo responsável perante Cristo... Eu sou livre para agir sem consultá-los no meu serviço a Cristo: eles não são os donos dos servos do Senhor” (Letters, vol. 2, pág. 92).


O dom de uma pessoa precisa ser desenvolvido, e isso leva tempo e treino. Quanto mais a pessoa amadurece nas coisas divinas, mais eficiente ela se tornará no seu ministério (At 18:24-28; Mc 4:20). A maneira bíblica de uma pessoa ser ensinada nas coisas divinas é assistir às reuniões de leitura da Bíblia (1 Tm 4:13) e outras reuniões onde a Palavra de Deus é ensinada sob a direção do Espírito Santo (At 20:7; 1 Co 14:29-31). Há também um ministério escrito (2 Tm 4:13), e um ministério gravado, dado por pessoas bem formadas e dotadas.


Também é importante entender que esses dons “espirituais” não são dons naturais (1 Co 12:1, 14:1, 12). Os dons naturais foram dados aos homens por Deus desde o nascimento, e os homens os desenvolvem pela prática. Esses podem ser coisas tais como habilidades musicais, habilidades artísticas, habilidades atléticas, capacidade intelectual etc. Em Mateus 25:14-30, o Senhor fez uma distinção entre dons espirituais (usando a figura de “talentos” – uma unidade monetária) e habilidades naturais, destreza (que Ele chamou de “capacidade”), mostrando que estas são duas coisas diferentes. A sabedoria de Deus é vista na parábola pois o homem deu talentos aos seus servos “segundo” suas diferentes habilidades. Isso nos ensina que o Senhor dá dons espirituais aos membros de Seu corpo que correspondem ao que foi formado naturalmente na personalidade deles. Por exemplo, um evangelista provavelmente deveria ter uma capacidade natural de falar com as pessoas, uma vez que o essencial desse tipo de *serviço* é alcançar as pessoas com o evangelho. Não é provável que o Senhor dê esse dom a uma pessoa que seja tímida e não possua habilidades comunicativas. Do mesmo modo, o dom de ensino requer certo grau de habilidade natural na forma de capacidade intelectual. O dom do ensino, portanto, provavelmente seria dado a alguém que tem uma mente organizada.


Os Cristãos, de um modo geral, estão confusos em relação a isso. Eles pensam que a habilidade natural de alguém é seu dom no corpo de Cristo. Daí vem a crença de que os Cristãos devem buscar carreiras mundanas na vida – tais como: esportes profissionais, música profissional e outros tipos de entretenimento mundano, porque têm uma habilidade natural nessa direção. J. N. Darby disse: “É um princípio inteiramente falso de que ter dons naturais é uma razão para usá-los. Posso ter força ou velocidade extraordinária para correr; eu derrubo um homem com um braço, e ganho o troféu com outro. A música pode ser uma coisa mais refinada, mas o princípio é o mesmo. Este ponto eu acredito ser da mais alta importância. Os Cristãos perderam sua influência moral ao considerar a natureza e o mundo como inofensivos. Todas as coisas me são lícitas, mas como eu disse, vocês não podem misturar carne e Espírito” (Letters, vol. 3, pág. 476). Nem vemos a Igreja na Escritura tendo reuniões para essas pessoas talentosas mostrarem suas habilidades naturais. Os dons espirituais não são para o *entretenimento* Cristão, mas para a edificação dos santos nas coisas espirituais.


Também é importante ver que todos esses dons não estão em uma pessoa. A Escritura diz: “Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito...” (1 Co 12:8-10). Um homem pode ter mais de um dom, mas está claro por esta passagem que ele não vai possuir todos os dons. Portanto, a assembleia precisará da participação de todos os que têm dom para ministrar a Palavra, se for para ela receber o benefício dos dons em seu meio. Infelizmente, o sistema de clérigos/leigos existente em quase toda a Cristandade toma o lugar do livre exercício dos dons nas denominação.

JESUS ​​NÃO FOI PREGADO EM UMA CRUZ EM FORMA DE "T"; FOI REALMENTE PREGADO EM UMA MADEIRA: UM POSTE VERTICAL.

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