terça-feira, 10 de setembro de 2019

USO DO VÉU (ou cobertura) PELAS MULHERES NAS REUNIÕES DA IGREJA/ parte 1



VEJA AS PARTES DESTE MESMO ESTUDO ABAIXO:

O Uso do Véu Na História da Igreja Neotestamentário : http://danielduarteestudobiblico.blogspot.com/2019/12/o-uso-do-veu-na-historia-da-igreja.html



As Igrejas de Deus as mulheres não tinham o Costume de usar o Véu ICo 11.16? http://danielduarteestudobiblico.blogspot.com/2019/12/as-igrejas-de-deus-as-mulheres-nao.html


Parte 2
http://danielduarteestudobiblico.blogspot.com/2019/09/uso-do-veu-ou-cobertura-pelas-mulheres.html

Parte 3> http://danielduarteestudobiblico.blogspot.com/2019/09/o-uso-do-veu-nas-reunioes-da.html

Parte > 4 https://danielduarteestudobiblico.blogspot.com/2019/09/o-argumento-cultural-para-nao-o-uso-do.html

Leitura: (1 Coríntios 11: 2-16)
a. O Princípio Espiritual (vs.2-7)
"E louvo-vos irmãos, porque em tudo vos lembrais demim, e retendes os preceitos
como vo-los entreguei.
Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o varão, e o varão a cabeça da
mulher; e Deus a cabeça de Cristo.
Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria
cabeça.

Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua
própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.
Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a
mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.
O varão pois não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a
mulher é a glória do varão."

Esta seção toda, dos vs. 2-16, se divide da seguinte maneira:
a) O Princípio Espiritual... vs. 2-7;
b) A Razão Baseada na Bíblia vs. 8-12;
c) A Razão Baseada na Natureza vs. 13-16.
Também poderia ser dividida assim:
a) O Fato da Autoridade vs. 2-3;
b) O Símbolo da Autoridade vs. 4-7;
c) A Natureza da Autoridade vs. 8-12;
d) O Ensino da Natureza vs. 13-16.

Na passagem que temos agora diante de nós, os vs. 2-7, observamos que, nos vs. 2-3,
temos a Declaração do Princípio da Liderança; depois, nos vs. 4-7, temos o Perigo da
Violação do Princípio. Paulo não aborda o problema da prática em si, mas vai ao
princípio teológico por trás da prática. Isto não somente tem a ver com o
relacionamento entre os sexos, como também com a questão da autoridade do
homem sobre a mulher.

2. A linguagem de Paulo indica que os coríntios tinham afirmado, na sua carta, que
ainda lembravam-se do que ele os havia ensinado.
Estavam retendo as tradições (não "preceitos", ARC). A palavra "tradições", aqui, se
refere ao ensino ou instrução da doutrina e da prática, que poderia ter sido
comunicado por palavra ou por carta (veja II Tess. 2: 15). Observe que estas são
tradições apostólicas, não tradições eclesiásticas. Tradições eclesiásticas são práticas
e interpretações introduzidas e aceitas depois um período prolongado, porém não
tendo, necessariamente, autoridade apostólica. As tradições apostólicas são
preservadas para nós em nosso NT. É interessante notar que, no seu ensino
dogmático com respeito a cobrir, ou não cobrir, a cabeça de homens e mulheres,
Paulo apela em primeiro lugar às Escrituras, depois àquilo que convém, e finalmente
ao costume.
O apelo às Escrituras tem em vista, duas coisas: Em primeiro lugar, ele menciona, três
vezes, a sua autoridade apostólica: neste versículo; no V. 3: "Mas quero que saibais"; e
no V. 16: "nós não temos tal costume", onde "nós" é o "nós" apostólico. Depois, nos
vs. 8-12, ele apela à narrativa da criação do homem e da mulher, em Gênesis.
Assim o apelo aqui é duplo, à autoridade apostólica no NT, e também ao ensino do
VT.
Seu próximo apelo é àquilo que é razoável, apto e conveniente.
Ele afirma que o cabelo cumprido seria degradante para o homem, mas que é a glória
da mulher. Este apelo à razão e bom senso é muito interessante, e é feito para apoiar
as Escrituras, e não para refutá-las.
Nenhuma outra igreja estava permitindo as coisas que estavam sendo praticadas em
Corinto. Estavam desviando-se da prática uniforme das igrejas. Isto deveria ser
deplorado.
3. Paulo queria que soubessem, isto é, que entendessem, aquilo que ele estava para
declarar. A palavra usada é oida, indicando conhecimento íntimo, e não ginosko,
conhecimento objetivo. Agora ele aborda a questão da prática, referindo-se a um
princípio teológico, que é, neste caso, o princípio da liderança. Ao declarar o princípio
que governa a prática, ele indica com isto a possibilidade da prática violar o princípio.
Ao passar da prática para o princípio, ele deixa de lado a sugestão que isso era
apenas um problema local de Corinto, pois se eles puderam violar o princípio, nós
também podemos. Toda a questão relacionada com a cobertura da cabeça não era
algo trivial, sobre a qual cada um poderia formar a sua própria opinião, mas era sim
um ataque contra a ordem divina e os relacionamentos contidos nela. Existem três
relacionamentos, os quais, juntos, formam um tipo de hierarquia: o relacionamento
entre o homem e a mulher; o relacionamento entre Cristo e o homem; e o
relacionamento entre Deus e Cristo; Deus - Cristo - o Homem - a Mulher. Autoridade e
submissão permeiam o universo inteiro. É evidente que, na Divindade, cada Pessoa
toma o Seu lugar e assume a Sua responsabilidade em certas esferas. O Pai
determina - os eternos conselhos são associados com Ele, como também o
cumprimento deles. O Filho é visto em relação à realização da obra que precisa ser
desempenhada - Ele cria e redime. O Espírito é Aquele de quem é a energia pela qual
a obra realizada é aplicada a todos os redimidos. A autoridade se demonstra também
em Adão, posto sobre a criação, com todas as criaturas submissas a ele, e também na
esfera de governo, na posição de líder, a quem todos os outros são subordinados.
Observe que a palavra-chave do versículo é "cabeça": "a cabeça ... a cabeça ... a
cabeça". No NT há uma só palavra traduzida "cabeça" (kephale), mas ela é usada de
várias maneiras, por exemplo:
a) Fisicamente: uma parte do corpo
b) Espiritualmente: uma posição de autoridade.
Aqui no v. 3 é a posição de autoridade que está em vista, enquanto que, nos vs. 4-5, é
a parte do corpo, a cabeça física do homem e da mulher. Rejeitamos a sugestão de
que kephale significa "fonte", como, por exemplo, em inglês se fala da nascente de
um rio como sendo sua cabeça. Vamos notar seu uso na LXX: Juízes 10:18; 11:8; 11:11;
II Sam. 22:44; I Reis 8:1; Sal. 18:43; Is. 7:8-9; 9:14-16. Em cada uma destas ocasiões, a
palavra significa uma posição de autoridade. Nos dicionários de Baur, Arndt, Gingrich,
Danker, e B.Thayer, "fonte" não é citada como um significado possível de kephale. No
New lnternational Dictionary of New Testament Theology, K.Munzer diz a respeito de
Col. 2: 10:
"'Cabeça' expressa a autoridade de Cristo ... e a correspondente submissão da igreja".
O primeiro membro: "Cristo é a cabeça de todo o varão", define Seu lugar em relação
à criação. Cada homem sente naturalmente a necessidade de ter um Cabeça, e
somente Cristo pode suprir esta necessidade. É próprio do homem sentir esta
necessidade, e ele evidencia isso ao respeitar homens mais capazes do que ele
mesmo. chegam a gozar deste relacionamento com Cristo, como Cabeça. O mesmo conceito
pertence a Ele como "Salvador do mundo". Este é o Seu relacionamento com o
mundo, mas somente os que O reconhecem e recebem como tal, é que têm proveito
disso.
Reconhecendo-O como Cabeça, começamos a manifestar as Suas características.
"E o varão a cabeça da mulher" ensina a autoridade do homem em relação à mulher,
e a submissão da mulher ao homem. Observe com atenção que ele não declara a
superioridade do homem, nem a inferioridade da mulher, pois muitas mulheres são
superiores aos homens, de várias maneiras. O que está em vista é a ordem da
criação.
Talvez não gostemos de ensino tão claro como este mas, se vamos submeter-nos à
autoridade apostólica, devemos aceitá-lo. Logo Paulo há de entrar na área de
redenção e de ordem na igreja, para demonstrar que este ensino deve ser mantido
com rigor. Deus insiste na liderança do homem: o homem é revestido de autoridade.
Em "e Deus a cabeça de Cristo", parece que Cristo é considerado principalmente na
Sua humanidade, agindo sob a direção de Deus (mas veja o comentário abaixo sobre
I Cro. 29: 11, e compare com I Cor. 15:28). Foi "nos dias da Sua carne" que Ele sempre
procurou fazer a vontade do Pai, manifestando assim a Sua submissão à autoridade
de Deus. Ele é visto submisso em ação e posição, enquanto permaneceu,
essencialmente, igual a Deus. Assim fica claro que o Filho não é inferior ao Pai. Do
mesmo modo, o homem não é essencialmente superior à mulher, mas lhe foi dado
um papel e função diferente, tanto na criação como no serviço cristão. Este versículo
refuta a idéia de que "cabeça" quer dizer "fonte" ou "origem", como já foi explicado
acima. A apresentação de Deus como cabeça de Cristo salienta a importância do
ensino que segue, quanto ao cobrir a cabeça. Este exemplo tão maravilhoso deve
dissipar toda a resistência quanto a este ensino, ajudando cada um a tomar o seu
devido lugar. I Cro. 29: 11 esclarece este assunto de Deus como cabeça. Este versículo
apresenta Deus como Senhor, Criador, Rei e Cabeça. "Tu te exaltaste por cabeça
sobre todos" (AVT) sugere que a posição de Deus como Cabeça se exalta acima de
todas as Suas funções como Senhor, Rei e Criador. Assim o conceito de Deus como
Cabeça é visto como sendo um pensamento eterno, e Deus se vê como Aquele que
dá caráter ao universo inteiro.

Ele é o Cabeça, o Auge, o Chefe, o Apogeu, de todos.
Havendo indicado as posições do homem e da mulher no espectro de liderança, o
apóstolo passa para aquilo que realmente tem em mente, isto é, os símbolos pelos
quais a liderança se manifesta.
Existem vários pontos de vista sobre qual seria a esfera a que se aplica este ensino.
a) Aqueles que defendem a idéia de que esta passagem se refere ao lar, a esfera
particular em contraste com a esfera pública, baseiam sua conclusão no fato de que
só no v. 17 é que encontramos a expressão "vos ajuntais", uma expressão que ocorre
sete vezes de 11: 17 até o final do capítulo 14, em: 11: 17, 18, . 20, 33, 34; 14:23, 26. É
difícil entender por que Paulo estaria tão preocupado com as devoções particulares
da mulher, em sua própria casa. Enquanto a oração pode ser particular, profetizar
requer a presença de outros, mesmo no lar. Além disto, o v. 16 fala de alguém sendo
contencioso, coisa que dificilmente poderia acontecer se fosse a oração individual de
uma mulher.

Além disso, o desafio à liderança do homem não seria muito relevante em tal
situação.
b) Aqueles que acreditam que o ensino seria de caráter genérico, sustentam que não
se faz menção a ajuntamentos nos vs. 2-16, e que os ajuntamentos mencionados são
outras ocasiões além das reuniões estabelecidas da igreja, mencionadas sob a
expressão "ajuntar-se". Nestes outros ajuntamentos (Escola Dominical, etc.) os
homens devem estar com as cabeças descobertas, e as mulheres cobertas. Enquanto
muito se possa dizer em favor desta sugestão, parece que os vs. 2-16 formam uma
introdução muito básica ao trecho que começa com o v. 17, dando ênfase à verdade
de liderança, e da posição do homem e da mulher.
c) De um modo geral, parece melhor concluir que este ensino básico teria em vista a
demonstração pública nos ajuntamentos da igreja, embora os princípios expostos
aqui sejam aplicáveis a outros ajuntamentos também. Este é o ponto de vista adotado
neste comentário. Julgamos que I Cor. 14:34 é a norma, e que 11:5 deve ser
interpretado à luz de uma Escritura tão clara como esta. Em II:4-5 se nos apresenta a
situação que prevalecia
em Corinto.

Ao mencionar isso, Paulo não está, necessariamente, concordando com
isso. Parece que, em Corinto, as mulheres presumiam que, por serem iguais "em
Cristo" aos homens, podiam agir da mesma forma. Os homens falavam nas reuniões,
orando e profetizando, as mulheres não deveriam falar, também? Os homens
apareciam com a cabeça descoberta, por que as mulheres não poderiam? A primeira
pergunta é respondida em 14:34; a segunda, aqui, no capítulo 11 .
Convém observar que as opiniões b e c não são, necessariamente, mutuamente
exclusivas. Os que defendem a opinião b incluem todos os ajuntamentos associados
à igreja na interpretação da passagem; os que defendem a opinião c os incluem pela
aplicação da passagem.
Como foi indicado na Introdução, Paulo está respondendo a uma carta, na qual
fizeram-lhe perguntas sobre a questão dos homens cobrirem a cabeça e as mulheres
descobrirem a cabeça. Depois, fizeram outras perguntas (capítulo 14), quanto ao uso
correto dos dons espirituais, e se as mulheres deveriam participar audivelmente.
Ele responde na mesma ordem. Cada pergunta é respondida no seu devido lugar. Ele
adotou o mesmo sistema na primeira parte da epístola. Em 8:10, parece que ele
permite comer no templo idólatra, mas em 10:20-22 ele o proíbe, porque seria ter
comunhão com os demônios. C. Hodge diz: "O método de Paulo era dar atenção às
questões uma por uma. Aqui, ele aborda a questão da mulher falar em público sem
véu, e portanto nada fala da questão de falar em público. Quando este assunto surgir,
ele expressará seu julgamento em termos claríssimos (14:34). Ao desaprovar uma
coisa, ele não aprova a outra, diz J. Calvino". Talvez Paulo não usasse o método que
nós usaríamos, mas devemos nos lembrar de duas coisas: primeiro, não se pode
negar que ele era um pensador muito lógico; segundo, ele estava escrevendo sob
inspiração divina.
Os versículos 4-7 sugerem que homens estavam aparecendo nas reuniões com as
cabeças cobertas, e mulheres com as cabeças descobertas.
Se o homem fosse judeu, ele estaria acostumado a cobrir a sua cabeça nos cultos
públicos, e provavelmente pensava que deveria continuar com este costume. Seria
necessário explicar-lhe que as instruções do VT haviam sido postas de lado. Arão
usava uma mitra, e os sacerdotes usavam tiaras, porque estavam na presença dos
sinais visíveis e tangíveis da presença de Deus, isto é, da arca e do propiciatório.
Agora, os símbolos eram obsoletos, e o homemé visto como a imagem e glória de
Deus (v. 7), e essa glória não deve ser coberta.
Parece também que a mulheres estavam supondo que, por serem iguais aos homens,
em Cristo, que poderiam agir da mesma forma.
Os homens oravam e profetizavam? Então, por que não as mulheres?
Os homens estavam com a cabeça descoberta? Por que não as mulheres?' Porém, a
mulher precisa aprender a importância de cobrir a sua cabeça, pois ela é a glória do
homem, que não deve ser exibida na presença de Deus. A questão dela orar e
profetizar é explicada no capítulo 14; nesta passagem aqui, ele trata da questão dela
estar com a cabeça descoberta.
Nestes versículos (4-7) temos um exemplo da figura de linguagem conhecida como
quiasma paralelo, isto é, que o v. 4 é paralelo ao v. 7, e o v. 5 ao v. 6. Veremos isto,
claramente, citando os vs. 4 e 7 juntos:
"Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria
cabeça ... O varão pois não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus,
mas a mulher é a glória do varão".
4. O homem, cobrindo a sua cabeça no exercício público de sua função, toma o lugar
da mulher, faz-se mulher; ele assume o lugar de submissão, como se tivesse uma
cabeça humana sobre ele, como a mulher tem, além da Cabeça divina, que é Cristo.
Fazendo assim, ele desonra a Cristo, tirando dEle a honra que Lhe é devida, como
Cabeça do varão. Duas palavras são traduzidas "desonra" no NT: atimazo, desprezar;
e kataischuno, desgraçar ou envergonhar. É a segunda palavra que Paulo usa nos vs.
4-5. Como é então que a mulher envergonha o homem, sua cabeça?
a) Ela nega a liderança do homem.
b) Ela proclama a sua independência do homem.
A razão por que ele não deve cobrir a sua cabeça é dada no v. 7.
5-6. Antes de expor estes versículos, vamos notar os seguintes pontos.
As expressões "todo o homem" (v. 4) e "toda a mulher" (v. 5) salientam a distinção dos
sexos (veja nota abaixo).
O v. 6 desmente o ensino que diz que o cabelo da mulher é a cobertura, baseado
numa má compreensão do v. 15 (veja a exposição).
Se fosse assim, o versículo diria: "Se a mulher não tem cabelo, que corte o cabelo", o
que não faz sentido. Também, se o cabelo fosse a cobertura, e o homem tem que
aparecer descoberto (sem cabelo), então logicamente o homem não deve ter cabelo
nenhum! É lastimável quando muitos decidem adotar um determinado modo de agir,
e então torcem as Escrituras para apoiá-lo, em vez de serem guiados pela. Palavra de
Deus.
A mulher que participa publicamente nas reuniões com a cabeça descoberta, está
almejando igualdade com o homem. Ao empurrar o véu para trás, que talvez seria
necessário para que fosse ouvida, ela está desonrando a sua cabeça, o homem,
recusando aceitar a posição singular que ele ocupa por designação divina. "Porque é
como se estivesse rapada". A cabeça rapada da mulher indicaria que havia sido infiel
ao marido. Assim, ao recusar cobrir a cabeça, a mulher cristã traria sobre a sua
cabeça, o homem, o mesmo tipo de vergonha que uma mulher adúltera traz sobre
seu marido. Ela viola um relacionamento dado por Deus, e assim nega a liderança do
homem,
e proclama a sua independência dele.
"Se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também" exige que, ao recusar cobrir
a cabeça, ela deve ter seu cabelo cortado. No V. 5, a recusa de cobrir a cabeça é
equivalente (aos olhos de Deus) a não ter cobertura alguma. O V. 6 manda que ela
corte o cabelo, ou rape-o. Fazendo assim ela indicaria que recusa estar sujeita ao
homem, a Cristo ou a Deus. Mas, visto que seria uma vergonha para uma mulher ter
seu cabelo tosquiado ou rapado, que cubra a cabeça.
Visto que a mulher cristã normal recuaria diante da idéia de ter a cabeça rapada, que
ponha o véu. Duas palavras diferentes ocorrem nestes versículos: xurao (rapar; veja
xuron, uma navalha, que ocorre somente em Atos 21 :24 e I Cor. 11 :5, 6); e keiro
(tosquiar, cortar curto, somente em Atos 8:32; 18:18; I Cor. 11:6).
Se ela quiser agir como homem, estando presente com a cabeça descoberta (sem
véu), então que seja consistente e tenha o cabelo rapado ou tosquiado. Isto então a
convenceria e envergonharia. É claro que Paulo atribui a vergonha do cabelo rapado,
ou tosquiado, à cabeça descoberta. Se o cabelo comprido e cabeça coberta da mulher
expressam seu reconhecimento da liderança do homem, então sua cabeça
descoberta e cabelo rapado, ou tosquiado, declaram sua insubordinação ao homem.
Alguns têm sugerido que as mulheres estariam imitando as profetisas pagãs
associadas com o templo de idolatria, que oficiavam com a cabeça descoberta e
cabelo solto. Esta imitação somente as condenaria.
É importante notar que não se está salientando quem estava liderando a igreja em
oração ou ministério, mas sim, o fato que homens e mulheres estavam reunidos em
testemunho público, e os homens estavam com as cabeças descobertas e a mulheres
com as cabeças cobertas. O significado do uso do véu pelas mulheres, nas reuniões
públicas, é que indica que estão em silêncio e em submissão, de outra forma não
haveria necessidade de distinção entre homem e mulher!
A cabeça coberta indica a proibição de participação das mulheres.
Esta não-participação das irmãs não afeta o seu privilégio sacerdotal, senão Deus não
o teria ordenado. O culto e adoração, do coração, pode subir a Deus sem palavras
audíveis, e ela pode apreciar, junto com os outros, a adoração audível de cada irmão,
e aproveitar a oportunidade dos momentos de silêncio, durante a reunião, para
oferecer, em silêncio, a sua própria apreciação.
7. O homem não deve cobrir a sua cabeça porque ele é a imagem e glória de Deus.
Fazer isso seria negar a sua posição na ordem da criação. "Imagem" é a
representação visível; "glória" é o esplendor de excelência moral. Esta glória não deve
ser coberta. O homem, portanto, em seus exercícios espirituais, coloca em destaque a
glória de Deus e de Cristo. Quão exaltada é a posição e função do homem! Em
seguida, afirma-se que a mulher é a glória do homem, quando ela toma seu próprio
lugar e reconhece a autoridade dele.
Como a glória de Deus não deve ser coberta ou ocultada com véu, assim também a
glória do homem deve ser coberta ou ocultada na presença de Deus. O ensino é
claro: a cabeça descoberta do homem declara que somente a glória de Cristo deve
ser desvendada e revelada quando estamos reunidos; a cabeça coberta da mulher
declara que a glória do homem, em qualquer forma, não tem lugar algum nas
reuniões. A cabeça coberta da mulher também sugere a submissão da igreja inteira à
autoridade de Cristo. Somente um Homem está exposto, e a Sua glória é manifesta, e
este Homem é Cristo.
Observe as três glórias mencionadas nesta seção: primeiro, o homem como a glória
de Deus; segundo, a mulher como a glória do homem; e terceiro, a glória da mulher,
seu cabelo comprido.

NOTAS ADICIONAIS:
v. 3 Como resultado da pesquisa das 2.336 ocorrências de kephale nos escritos de 36
autores, do século VIII a.C. até o século IV a.D., nenhum exemplo foi descoberto em
que kephale teria o significado de "fonte, origem". A esta coleção se acrescentaram
todas as ocorrências de kephale em Philo, Josefo, nos Patriarcas Apostólicos, na
Epístola de Aristeas, nos Testamentos dos Doze Apóstolos, Aquila, Símacus e
Theototian. Isto deu ao pesquisador 323 ocorrências adicionais de kephale que eram
muito mais perto do tempo e linguagem do NT. Ele resume dizendo: "Se estivermos
interessados numa interpretação bíblica baseada nos fatos de pesquisa histórica e
lingüística, então seria sábio abandonar de uma vez por todas a idéia de que kephale
pode significar "fonte" (The Role of the Relationship of Men and Women por George
W. Knight, editora Moody Press).
Porém, H. G. Liddel and R. Scott citam um exemplo encontrado em Herodoto (4.91)
em que kephale (no plural) quer dizer "fonte", e um fragmento Órfico em que
claramente significa "origem", e um contexto filosófico (Placita Philosophorum 2.32.2)
onde quer dizer o "ponto de partida" do tempo, e uma referência mais recente (do
século VI a.D.) onde significa o "início" de um mês. Todavia, a maior parte da evidência
parece estar contra "fonte" como o significado primário de kephale.
v. 5 Tem-nos surpreendido muito observar, entre certos grupos, o ensino que Gál.
3:28 anula as distinções entre homem e mulher, e põe as mulheres em pé de
igualdade com os homens, com o direito de participar nas reuniões
da igreja. Porém a unidade de homem e mulher, em Cristo, não anula a distinção
manifesta na criação. "Todos vós sois um em Cristo Jesus" se refere à posição, e não à
prática. Homem e mulher são aceitos em Cristo na mesma base, e numa posição
igual. Isto não tem nada a ver com as reuniões da igreja local, onde distinções de
papel e função devem ser observadas.
Para apoiar a participação pública de mulheres, cita-se freqüentemente os exemplos
de Débora e as filhas de Filipe, o evangelista. Ao observar a posição que Débora
ocupou, convém salientar que a posição dela como juíza era diferente da dos juízes
masculinos. Juízes 2: 18 apresenta três características a respeito dos juízes: em
primeiro lugar, o Senhor os levantava; em segundo lugar, Sua presença estava com
eles; em terceiro lugar, Deus livrava Israel das mão de seus inimigos durante todos os
dias do juiz. De Débora, Juízes 4:4 diz que ela julgava a Israel "naquele tempo". O
versículo anterior (v. 3) explica esta expressão. Ela julgava Israel durante os "vinte
anos (que Sísera) oprimia os filhos de Israel violentamente".
Ela julgava durante o tempo de servidão, enquanto que os juízes masculinos livravam
Israel e depois governavam. Então o V. 5 nos informa que os filhos de Israel subiam a
ela a juízo, aproveitando assim do seu conhecimento, sabedoria e discernimento.
Quando chegou o tempo para livrar Israel, Deus usou Baraque na ação pública e na
vitória, embora este fosse inspirado por Débora. Observe que, em Heb. 11:32, é
Baraque quem é mencionado.
Quanto à referência às quatro filhas de Filipe (Atos 21 :8-14), tudo o que o V. 9 diz é
que eram virgens e profetizas; não há nenhum caso registrado delas profetizando.
Quando Deus quis enviar uma mensagem a Paulo, que estava hospedado na casa de
Filipe, Ele não usou nenhuma das filhas de Filipe, mas enviou Ágabo, da Judéia, para
entregá-Ia. Onde quer que fosse que as filhas de Filipe profetizavam, não podia ter
sido nas reuniões públicas dos santos (veja I Cor. 14:34).
Há alguns que sustentam que, enquanto as irmãs devem usar o véu na Ceia do
Senhor, isto não é necessário nas outras reuniões. Convém mostrar que não há nada
no NT que sugira que uma reunião dos santos é diferente das outras em ordem ou
importância. A reunião do partir do pão não é mais sagrada do que a reunião de
oração, ou de ministério, ou de evangelização.
É o altar que santifica a oferta; o templo que santifica o ouro; o habitante que
santifica o templo (Mat. 23:16-22; I Cor. 3:16). Não é a presença do pão ou do cálice
que faz a reunião sagrada, mas sim a presença de Deus. O comportamento permitido
e praticado numa reunião (o partir do pão) deve ser praticado em todas as outras
reuniões também. Se as irmãs devem usar o véu no partir do pão (por causa da Sua
presença), elas devem usar o véu em todas as reuniões. Sua presença é a mesma em
todas as reuniões. Não é uma questão do que nos reunimos para fazer, mas antes de
quem é a presença em que nos reunimos; é isto que devemos considerar. Dizer que
nas reuniões de evangelização os santos devem imitar as ações dos não salvos, para
que os não salvos não fiquem envergonhados, é uma aplicação do ensino dos
jesuítas: "Façamos males, para que venham bens".
b. A Razão Baseada na Bíblia (v.8-12)
"Porque o varão não provém da mulher, mas a mulher do varão.
Porque também o varão não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa
do varão.
Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.
Todavia, nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor.
Porque, como a mulher provém do varão, assim também o varão provém da mulher,
mas tudo vem de Deus."
Esta seção apresenta a ordem divina na criação. Fala-nos da origem e natureza da
autoridade: da origem, nos VS. 8-10; e da natureza, nos vs. 11-12. Observe as idéias
principais de cada versículo. O V. 8 fala da origem; o V. 9, do desígnio; o V. 10, da
autoridade; o V. 11, da mutualidade; e o V. 12, da procedência. Observe também que
Paulo aceita a narrativa de Gênesis, da criação do homem e da mulher, como real e
histórica. Com Paulo, a teologia sempre governa a prática. A ordem da criação é o
fundamento do seu ensino.
8. Aquilo que Paulo afirmou nos versículos anteriores, com respeito à liderança do
homem e à submissão da mulher, é visto agora estar de acordo com a ordem na
criação. Ao afirmar que "o varão não provém da mulher", ele indica que o homem foi
criado diretamente por Deus (Gên. 2:7). Em contraste com isso, "a mulher (é) do
varão" (veja Gên. 2:21, etc.). Fazendo Adão adormecer, Deus realizou a primeira
operação cirúrgica, e da costela tirada do homem Ele formou a mulher. Em Adão
vemos criação, na mulher vemos formação.
Há, de fato, quatro maneiras de se entrar no mundo: Adão entrou por criação; Eva,
por formação; nós, por geração; e o Senhor por encarnação. Adão foi criado por Deus
sem qualquer agente humano. Ele foi o primeiro homem. Eva entrou através do
homem, Adão. Ela foi a primeira mulher. Nós entramos através do homem e da
mulher, os nossos pais. O Senhor entrou através de uma mulher, mas não de
homem. Este versículo salienta que a mulher deve sua vida e existência ao homem.
Ela não pode dizer que tem prioridade nem igualdade. Esta é a ordem estabelecida
por Deus.
9. Em seguida, salienta-se o desígnio de Deus. O homem não foi criado para suprir a
necessidade da mulher, mas a mulher, sim, foi formada para suprir a necessidade do
homem; veja Gên. 2: 18. Ela veio para compartilhar da glória dele, e corresponder a
ele com inteligência e afeição. Ela é do homem, como tirada do homem, mas ela é por
causa do homem, quanto ao propósito da sua existência.
Seu papel de submissão é claramente exposto. É importante observar como Paulo
baseia seus argumentos em acontecimentos antes da Queda. O relacionamento entre
homem e mulher provém da criação, e não é em si um resultado do pecado. Portanto
a redenção não altera os papeis do homem e da mulher.
10. "Portanto" se refere ao lugar dado a ela por Deus na criação.
Para que este relacionamento seja reconhecido e visto, a mulher deve cobrir a sua
cabeça. "Sinal de Poderio", ou "autoridade", quer dizer o símbolo de autoridade. Isto
não é:
a) sua autoridade para orar e profetizar;
b) a submissão da esposa à autoridade do marido;
c) sua dignidade social;
d) estar livre de importunação.
É o símbolo de sua submissão à autoridade e liderança do homem (no sentido
genérico, N.do R), e assim a Cristo e a Deus. Este ponto de vista é consistente com o
contexto anterior, ao qual é ligado pela palavra "portanto". A idéia de autoridade é
enfatizada porque a posição do homem, dada por Deus, tem que ser mantida e
também manifesta pela cabeça coberta da mulher. Sem dúvida o Espírito de Deus
estava ciente de que, em nossos dias, haveria esta tentativa resoluta de anular a
autoridade investida no homem. A Versão Amplificada Inglesa é interessante:
"Portanto ela deve [estar sujeita à autoridade dele e deve] ter uma cobertura na
cabeça [como sinal, símbolo, de sua submissão] à autoridade, [para que ela possa
mostrar reverência, como o fazem] os anjos e para que não os desagrade"
"Por causa dos anjos" se refere a atenção prestada pelos anjos às reuniões da igreja
local. Como é necessário que a devida ordem seja praticada, visivelmente, quando
esta companhia celestial está observando tudo o que acontece. Que as mulheres,
então, usem o véu. Os anjos observam porque:
a) eles também se cobrem na presença de Deus (Is. 6:2);
b) eles também se ocupam em fazer a vontade de Deus;
c) eles também são guardiões da ordem divina na esfera de sua administração;
d) eles estavam presentes na criação e observaram a ordem divina quanto aos sexos;
e) eles estão aprendendo a multiforme sabedoria de Deus através da igreja inteira (Ef.
3: 10), e portanto estão interessados na manifestação local dela;
f) eles representam os anjos eleitos que continuaram no seu lugar de submissão, em
contraste com os anjos que pecaram ao deixar o seu próprio estado original (Judas v.
6).
11. Paulo agora declara que a autoridade do homem e a submissão da mulher são
consistentes com sua dependência mútua. A autoridade do homem não o toma
independente da mulher, e a submissão da mulher não a toma dispensável. Não são
independentes um do outro. Cada um é necessário ao outro. Não podem viver um
sem o outro. Na igreja do Senhor, cada um tem o seu papel distinto a fazer.
Tudo isso é segundo o desígnio do Senhor; eles trabalham juntos, em comunhão, na
nova criação. "No Senhor" indica a esfera onde a Sua autoridade é reconhecida.
Observe o lugar de destaque que se dá ao Senhorio de Cristo nesta epístola.
12. "A mulher provém de (ek) o varão" significa criação; "o varão provém de (dia) a
mulher", é geração. "Ek" (de) se refere à fonte e origem. Por meio de um só ato criati
vo, a mulher foi tirada de (ek) o homem. "Dia" (de, isto é por meio de) se refere a
atuação ou meio. No princípio a mulher foi tirada do homem, mas desde então o
homem nasce por meio da mulher, por geração natural.
Isto nos lembra da dignidade da maternidade. Paulo conclui, afirmando que tudo isso
foi ordenado por Deus; tudo faz parte do Seu propósito.
c. A Razão Baseada na Natureza (vs.13-16)
"Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?
Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o varão ter cabelo crescido?
Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em
lugar de véu.
Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de
Deus."
Ao concluir esta seção, Paulo, havendo apelado às Escrituras, agora menciona o que é
conveniente (v. 13), depois fala do ensino da natureza (vs. 14-15), e finalmente do
costume que prevalecia em todas as igrejas (v. 16). Estas coisas hão de corroborar o
ensino das Escrituras. Admiramos a maneira magistral pela qual ele apresenta a
verdade e trata com os que se desviam dos caminhos de Deus.
Como sua mente é vasta, e como suas palavras são claras, ao tratar deste e de tantos
outros problemas! Que riqueza de ensino ele nos deixou! Observe que, no v. 13, ele
indica a Exigência da Presença de Deus; nos vs. 14-15, a Distinção da Provisão do
Cabelo; depois, no V. 16, a Consistência da Prática nas igrejas de Deus.
13. Aqui temos a primeira de duas perguntas desta passagem (o v. 14 fornece a
segunda). Paulo apela ao que era conveniente, instintivo, decente, próprio. Ele está
dizendo que a intuição interna deve confirmar o ensino, e exige reconhecimento.
Enquanto isto é verdade, devemos observar que a indecência de orar com a cabeça
descoberta é ligada com os vs. 14-15; tal ato é indecente porque viola o ensino da
natureza com respeito ao homem com cabelo comprido e à mulher com cabelo curto.
Vamos notar com atenção a expressão:
"a Deus". É porque ela está na presença de Deus que deve estar coberta. Isto
confirma aquilo que foi afirmado antes, nas Notas sobre o V. 5. Os coríntios deveriam
ter sido capazes de chegar a esta conclusão, sozinhos.
14-15. Paulo agora afirma que é uma vergonha para um homem ter cabelo comprido,
uma desonra, uma desgraça; fá-lo parecer efeminado; ele fica desacreditado e
desprezado. Isto tende a obscurecer a distinção dos sexos, criados por Deus. Porém,
aquilo que é uma desgraça (o cabelo comprido) ao homem é um ornamento (uma
glória) à mulher; o homem fica desacreditado por ter cabelo comprido, mas a mulher
é honrada por ter cabelo comprido.
Agora temos o propósito do cabelo dela: "o cabelo lhe foi dado em lugar de véu".
Alguns concluem que isto quer dizer que a mulher não precisa usar o véu; que seu
cabelo comprido é a cobertura.
Contudo tal conclusão é impossível quando considerada à luz do ensino dos
versículos anteriores, que deixam claro que essa não é a conclusão de Paulo. O que
se indica nesta declaração geral é que, como a natureza tem dotado a mulher com
cabelo comprido como uma cobertura permanente, assim ela deve seguir, ou imitar,
a natureza, providenciando uma cobertura temporária. Como foi observado ao
estudarmos os vs. 5-6, se a mulher recusa cobrir a cabeça, então sua recusa deve ser
levada à sua conclusão lógica, removendo também a cobertura da natureza, isto é, ela
deve ter seu cabelo tosquiado, ou rapado, totalmente. Ao ter cabelo comprido, a
mulher mostra que está aceitando o papel que lhe foi dado na criação.
16. Parece que naqueles dias, como agora, havia aqueles que estavam dispostos a
discutir sobre estas questões. Tais pessoas e argumentos somente podem ser
refutados por autoridade. "Nós", neste versículo, significa os apóstolos. "Tal costume"
se refere à prática, como já foi dito, das mulheres em Corinto comparecendo com
cabeças descobertas, ou homens com cabeças cobertas. Não se refere ao ser
contencioso. "Nem as igrejas de Deus" indica que tal desordem existia somente em
Corinto. A prática deles era o contrário da que prevalecia nas outras igrejas. A
uniformidade da prática, como estabelecida por Paulo nas outras igrejas, era um guia
seguro.
Enquanto cada igreja local é responsável somente ao Senhor, isto não lhes dá
liberdade para introduzir práticas que sejam opostas ao ensino apostólico e àquilo
que prevalece nas outras igrejas.

NOTAS ADICIONAIS:
v. 15 Na declaração "o cabelo lhe foi dado em lugar de véu", a preposição usada é
anti, que normalmente transmite a idéia de substituição, e por esta razão alguns
defendem a tradução "em vez de véu". Mas, como foi
notado na exposição, tal conclusão se opõe ao ensino dos versículos anteriores, e
anularia tudo que foi ensinado. A anotação no Expositors Greek Testament, pág. 875,
ajuda muito: "não como substituto da cobertura (isto faria o argumento de Paulo
parecer absurdo), mas na natureza da cobertura, para assim condizer com o véu".
Duas palavras são traduzidas"véu" ou "cobrir":
a) Katakalupo: Esta palavra, encontrada nos vs. 4-7, significa esconder, ocultar, cobrir.
O contrário seria a palavra apokalupsis, que quer dizer o ato de desvendar.Era uma
coberturapara a cabeça.
b) Peribolaion: Ocorre duas vezes no NT, aqui e em Heb. 1: 12, onde é traduzida
"manto". A palavra Katakalupto sugere um véu, uma cobertura para a cabeça, mas
esta palavra parece sugerir mais uma um manto, uma cobertura para o corpo. O
cabelo comprido das mulheres seria suficientemente abundante para cobrir parte do
corpo.
Jack Hunter
Extraído do Comentário Ritchie
Editora Edições Cristãs

O USO DO VÉU NAS REUINÕES DA IGREJA LOCAL

Este trecho (1 Coríntios 11: 3-16) da Palavra de Deus, que é de grande importância
prática, é freqüentemente mal compreendido. Se Deus fala de qualquer assunto,
deve ser porque precisamos conhecê-lo. E havendo Deus falado, devemos estar
prontos para considerar o que Ele tem dito. Além do mais, deve ser admitido que
Deus é capaz de fazer com que seja claro e simples o que Ele quer dizer, a fim de não
permanecer nenhuma dúvida. Se, porém, não entendemos, é bem provável que o
problema seja conosco. Ou não temos lido cuidadosamente, ou estamos com alguma
idéia pré-concebida, ou, o que é pior, não vemos porque somos obstinados e não
queremos enxergar daquele modo.

UMA QUESTÃO DE ORDEM
No versículo 3 o Espírito de Deus diz, por intermédio do apóstolo, que "Cristo é a
cabeça de todo o varão, e o varão a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo". É
esta, portanto, a ordem de poderio estabelecida por Deus. Deus tem um lugar para
cada um, homem ou mulher, e certamente não é doloroso permanecer nesse lugar. O
homem tem o seu lugar como representante de Deus na terra - "a imagem e glória de
Deus" (v. 7). A mulher também tem um lugar distinto - não o lugar de proeminência,
mas o lugar de sujeição em conformidade com a ordem estabelecida por Deus. Ela
pode, no entanto, glorificar a Deus no lugar que lhe é próprio. O homem pode, e
infelizmente ele o faz, falhar tristemente em ocupar o seu lugar, mas ainda assim é
esse o seu lugar. Ele deveria procurar agir em seu lugar como estando diante de
Deus, e ela deveria estar feliz por ocupar o seu próprio lugar. Cada um deveria julgar
um privilégio ocupar o lugar designado por Deus.
Deus estabeleceu uma certa ordem por toda a Sua Criação. Os homens e mulheres
cristãos não devem negligenciar essa ordem, porém devem lembrar-se de que são
um espetáculo divinamente designado - sim, um espetáculo para os próprios anjos (v.
10). Os anjos estão conhecendo a sabedoria de Deus; estão sendo espectadores dos
caminhos de Deus. O fato de eles estarem observando os caminhos de Deus aqui é
também mencionado em 1 Coríntios 4.9 e Efésios 3.10.

INSTRUÇÕES PARA O HOMEM E PARA A MULHER

Há, então, uma regra muito simples a seguir, a qual demonstrará o lugar que o
homem possui. Ele NAO deve orar ou profetizar (comunicar o pensamento de Deus a
outros) tendo uma cobertura sobre a sua cabeça. Ter sua cabeça coberta iria estragar
a demonstração, diante de outros, do lugar designado por Deus para o homem. Seria
um sinal do homem estar abandonando o lugar de autoridade, e resultaria na falta de
uma cabeça visível. .
A regra para a mulher é igualmente simples: ela NÃO deve orar ou profetizar sem ter
uma cobertura sobre sua cabeça. Se ela ora sem uma cobertura sobre a cabeça, ela
desonra sua cabeça. Seria uma desordem que estaria sendo testemunhada por anjos.
A cobertura sobre sua cabeça é o sinal exterior de sua sujeição. O profetizar exercido
por uma irmã é, obviamente, restrito por outras passagens. Ela não deve fazê-lo na
assembléia (1 Coríntios 14.34), nem tampouco ela deve ensinar ou usurpar a
autoridade sobre o homem (1 Timóteo 2.12).
O fato de esta simples ordem acerca de cobrir a cabeça ser geralmente
menosprezada na cristandade não é desculpa para nenhuma mulher deixar de
obedecê-la. Alguns colocam esta passagem de lado por atribuir sua autoria a Paulo;
porém foi o Espírito de Deus o divino Autor, e Paulo apenas a escreveu. Ele disse,
acerca das coisas que escreveu, que "são mandamentos do Senhor" (1 Coríntios
14.37). Se isto é verdade, então trata-se de algo muito sério resistir a esses
mandamentos.
Escute a linguagem forte que é usada: "Portanto, se a mulher não se cobre com véu,
tosquie-se também. Mas se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se,
que ponha o véu" (vers. 6). Qual é a mulher que gostaria de ter sua cabeça rapada?
Ela seria publicamente envergonhada e teria que se esconder. Bem, se é assim, diz a
Palavra de Deus, que ela traga sobre sua cabeça uma cobertura quando estiver
orando ou profetizando.
Não se trata de uma questão de superioridade e inferioridade, mas de posições
relativas na Criação. Deus na Sua sabedoria determinou um lugar para cada um
conforme pareceu bem a Ele, e bem-aventurados são aqueles que reconhecem tal e
procuram, pela sabedoria e direção de Sua Palavra, se comportar como convém
àquele lugar.

UM EXEMPLO DADO PELA PRÓPRIA NATUREZA

O apóstolo, pelo Espírito, volta até a Criação para declarar a ordem estabelecida de
Deus desde o principio. A ordem e o propósito da Criação são colocados diante de
nós como a base para a sujeição da mulher ao homem (vers. 8 e 9). Então, nos
versículos 14 e 15, ele chama a atenção para aquilo que aprendemos da observação
da natureza. Isso demonstra como é apropriado que uma mulher tenha sua cabeça
coberta quando ora. A natureza ensina que o cabelo longo é a glória para a mulher
(quão triste é quando mulheres cristãs cortam seus cabelos à semelhança do mundo),
e significa uma posição mais recatada. Ela não era para se mostrar com a ousadia dos
homens. Seu cabelo lhe foi dado "em lugar de véu" (vers. 15). Ele marcou um lugar
retirado; um lugar de sujeição na Criação de Deus. Isso foi feito por Deus e tem sua
bem-aventurança onde não é colocado de lado pela vontade do homem. Devemos
nos lembrar de que na "nova Criação" não há homem nem mulher, mas são todos um
em Cristo Jesus. Porém, não é este o ponto tratado aqui, e sim os respectivos lugares
de cada um neste mundo diante dos olhos de outros - dos próprios anjos.
Alguns, ao resistirem às Escrituras, têm distorcido isso ao tentar provar que o cabelo
da mulher é a cobertura requerida. A tentativa de assim empregar mal a instrução
divina é tão simplória que não mereceria comentário. Mas para alguns que talvez
tenham sido enganados por essa estranha distorção, é bom chamarmos a atenção
para alguns pontos. Se a cobertura de uma mulher pudesse ser entendida como
sendo o seu cabelo, então o cabelo do homem seria a cobertura deste também. Bem,
este não poderia ser, evidentemente, o significado no caso do homem. Qual é o
homem que iria rapar a cabeça para ficar livre de sua cobertura? A própria natureza
indica que ele deve ter cabelos curtos. E o homem, que deve ter cabelos curtos, "não
deve cobrir a cabeça" quando fala a Deus, ou quando fala por Deus. "O varão pois
não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus" (v. 7.)
Como poderia a expressão "não deve cobrir" significar que ele não deve deixar o
cabelo crescer como o de uma mulher quando estiver orando? As palavras deste
versículo expressam ação ou ausência de ação no momento da oração. Trata-se de
algo que ele não deve fazer quando estiver orando. Ele pode cobrir a sua cabeça em
outras ocasiões, mas estas instruções referem-se ao momento em que ele "ora ou
profetiza". Como poderia alguém pensar diferente? Portanto, vemos que no caso do
homem o seu cabelo não é a cobertura a que o texto se refere; ele não deve colocar
um chapéu ou outra cobertura sobre sua cabeça nesse momento específico.
Repare outra vez no sexto versículo: fazer do cabelo da mulher a sua cobertura, ao
invés de um véu, chapéu ou outro objeto, seria algo ridículo. Tal raciocínio faria
aquele versículo significar que se uma mulher não tivesse nenhum cabelo sobre sua
cabeça, então seu cabelo deveria ser cortado - uma impossibilidade óbvia! A tolice de
se buscar provar que o cabelo da mulher é sua cobertura deveria ficar evidente. No
versículo 15 lemos "em lugar de véu". Seu cabelo longo simplesmente marcou, na
natureza, um lugar mais recatado, um lugar de sujeição.

OUTRAS DISTORÇÕES

Há alguns, na cristandade, que escrevem de forma a fazer um esforço para torcer as
instruções simples, dizendo que o "cabelo crescido" é a cobertura, e que isto
subentende uma proibição contra enrolar o cabelo. Com certeza é triste quando uma
mulher cristã enrola sua glória, conformando-se, assim, com este mundo. Mas como
poderia ela manter seu cabelo enrolado a maior parte do tempo, para então
desenrolá-Lo quando estivesse orando?
Trata-se de uma questão de ela demonstrar e reconhecer o lugar que lhe foi
divinamente designado por Deus quando fala para Deus ou por Deus. Isto ela faz
colocando uma cobertura sobre sua cabeça nesse momento. Obviamente se ela tem
cabelos longos o tempo todo, ainda assim há algo para fazer quando estiver orando.
Assim como vimos que no caso do homem Deus falou de uma ação a não ser
executada no momento da oração, a mulher, que já tem o seu lugar recatado por
natureza, e já tem o seu cabelo longo que marca a sua posição, deve então colocar
uma cobertura sobre sua cabeça para demonstrar a sua sujeição nesse lugar. Será
que isto não é simples o suficiente? O fato de estar descoberta seria, para a mulher,
um sinal de que estaria tomando um lugar de autoridade, abandonando a posição
que lhe é própria. Seria confusão na ordem estabelecida por Deus, e isso seria
testemunhado por anjos. Deus deu explicações detalhadas para mostrar os motivos
de tal regra. Por que tanto esforço para mudar isso? Deve-se temer que o simples ato
de se recusar a exibir essa marca exterior de subordinação seja meramente a
indicação de que o lugar dado pelo próprio Deus está sendo recusado.
Há outros que procuram colocar de lado a aplicação genérica desta instrução divina,
dizendo que isso somente se aplica para o momento em que todos encontram-se
juntos em assembléia. Isso é um grande erro, e é facilmente notado pelo fato de que
a uma mulher não é permitido falar na assembléia (1 Coríntios 14.34). Como poderia,
então, ser dado a ela instruções de como agir quando estivesse profetizando na
assembléia? Um versículo iria contradizer e anular o outro, se o significado fosse que
sua cabeça deveria estar coberta somente quando estivesse em uma reunião. A
instrução desta passagem é para os homens e para as mulheres, em todo o tempo, e
em todo lugar. Seria igualmente errado para um homem orar a Deus, usando chapéu,
tanto na privacidade de seu quarto como em público. E da mesma forma seria fora de
ordem para uma mulher orar sem ter sua cabeça coberta mesmo quando estivesse
sozinha em casa.
O versículo 16 dá força às instruções divinas. O que era válido para a assembléia em
Corinto valia também para todas as assembléias; não era para ser deixado aberto às
opiniões individuais, nem tampouco às decisões locais. E não havia espaço para
ninguém contender - simplesmente não havia permissão para nenhum outro
costume ou prática. O assunto estava encerrado, e não aberto à discussão.
Desde que Adão e Eva, no jardim do Éden, desejaram ser "como Deus" e caíram, a
exaltação própria tem sido uma das piores ervas daninhas no coração humano. O
primeiro casal não estava satisfeito com a parte que recebeu e, buscando exaltar-se a
si mesmo, caiu em miséria e ruína. Bendito contraste com o segundo homem - o
Senhor vindo do céu! Ele humilhou-Se a Si mesmo até o mais profundo, e agora Deus
O exaltou sobremaneira (veja Filipenses 2). Bendito Salvador; possamos nós aprender
mais de Ti!
Uma palavra mais a respeito da cobertura da cabeça para as irmãs nas reuniões da
igreja local:
Que o Senhor possa exercitar as mulheres cristãs a selecionarem objetos que sejam
realmente uma cobertura, quando for este o propósito de usá-los. Quão necessário é
que ponham-se diante do Senhor ao adquirirem uma cobertura, que seja do agrado
dEle.

Extraído da Revista:
Palavras de Edificação da Editora Verdades Vivas



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